Hellblade: Senua’s Sacrifice é um jogo de ação e aventura de 2017 desenvolvido e publicado pela Ninja Theory, agora parte do Xbox Game Studios. Ambientado em um mundo de fantasia sombrio inspirado na mitologia nórdica e na cultura celta, o jogo segue Senua, uma guerreira que deve chegar a Helheim derrotando entidades de outro mundo e enfrentando seus desafios, a fim de resgatar a alma de seu amante morto.
Chegou a hora de começar a contagem regressiva da chegada de Senua’s Saga: Hellblade 2, e pra celebração ao lançamento desse incrível título, nada melhor que iniciar com a história dessa que é uma das personagens mais incríveis e interessantes dos videogames.
Autodenominado um “jogo independente AAA”, Hellblade: Senua’s Sacrifice foi criado por uma equipe de aproximadamente vinte desenvolvedores liderados pelo escritor e diretor Tameem Antoniades. O jogo mescla diferentes mecânicas de jogabilidade e conceitos como resolução de quebra-cabeças, horror psicológico e combate corpo a corpo. A dublagem é parte integrante do jogo, enquanto suas cenas combinam captura de movimento por Melina Juergens e performances de atores reais. A narrativa do jogo serve como uma metáfora para a luta da personagem com psicose, já que Senua, que sofre da condição, mas acredita ser uma maldição, é assombrada por uma entidade conhecida como “Escuridão”, vozes em sua cabeça conhecidas como “Fúrias” e memórias de seu passado. Para representar adequadamente a psicose, os desenvolvedores trabalharam em colaboração com neurocientistas, especialistas em saúde mental e pessoas que vivem com a condição.
Hellblade: Senua’s Sacrifice foi um título extremamente interessante com uma abordagem única em sua representação de um personagem principal com doença mental, e muitos estão ansiosos pelo lançamento de sua sequência. No entanto, alguns podem ainda não conhecer a história, enquanto outros podem querer a reviver para se preparar para a sequência.
A história principal de Hellblade foca nas experiências de alguém com uma doença mental muito intensa, então grande parte do contexto fica aberto para interpretação quanto ao significado por trás da jornada de Senua. No entanto, grande parte da história de Hellblade está em aprender sobre o que aconteceu antes dos eventos muito distorcidos do jogo.
Senua é uma guerreira de uma tribo picta em Orkney, Escócia, por volta de 900 d.C. Após a morte de seu amante, Dillion, ela acredita que sua alma foi levada pelos deuses nórdicos e parte com sua cabeça cortada (o assento da alma) para tentar trazê-lo de volta à vida. Os principais eventos de Hellblade são todos parte da jornada de Senua pelo reino mitológico do pós-vida de Hel.
Ela viaja por vários reinos subterrâneos, lutando contra figuras mitológicas como Surtr e Hela, bem como vários monstros. Surtr provavelmente representa o medo de Senua do fogo e da destruição, enquanto Hela é uma personificação de seu luto. Morrer repetidamente faz com que a podridão no corpo de Senua se espalhe, infligindo a paranoia de Senua ao jogador. Valravn, Surtr, a espada Gramr, os julgamentos de Odin e o grande lobo podem todos ser interpretados como representações dos medos de Senua ou das fases de sua história de vida.
O tamanho da representatividade da jornada de Senua pelo Hel de eventos reais é completamente desconhecido. No entanto, no final do jogo, Senua tem feridas no mundo real, sugerindo que ela realmente fez uma jornada que interpretou através da lente de uma viagem ao além. A jornada do jogo pretende ser uma história de mudança emocional em vez de viagem física, no entanto.
Prestar atenção à expressão sutil da emoção é talvez mais importante do que tentar descobrir o que realmente está acontecendo no mundo real enquanto Senua luta contra monstros e resolve quebra-cabeças. As partes mais tangíveis da história são os detalhes dos eventos que levaram à morte de Dillion, que são descobertos lentamente à medida que Senua percorre seus julgamentos metafóricos.
Filha de um druida chamado Zynbel e de uma mulher chamada Galena, Senua cresceu em uma pequena aldeia. Assim como sua mãe, ouvia vozes em sua cabeça e frequentemente sofria alucinações. As doenças das duas mulheres foram apenas exacerbadas pelo tratamento de Zynbel. Ele acreditava que castigo e penitência eram a única forma de curar a “maldição” que elas abrigavam dentro delas.
Galena morreu quando Senua tinha apenas cinco anos de idade. Do que Senua inicialmente acreditava no início do jogo, sua mãe cometeu suicídio por causa da escuridão dentro dela. Mais tarde na jornada de Senua, é revelado que Zynbel na verdade instigou os aldeões em sua cidade natal a queimar Galena na fogueira como forma de penitência.
O tratamento de Zynbel com Senua só piorou após a morte de sua mãe. Ela foi torturada, criada em isolamento e trancada em uma cela coberta de runas. Nas raras ocasiões em que não estava sob os olhos atentos de Zynbel, Senua se aventurava pelo lado de fora. Em uma dessas excursões, Senua viu pela primeira vez o homem que se tornaria seu amante.
Dillion era um jovem guerreiro praticando seu manejo de espada, e Senua ficou fascinada por seus movimentos graciosos. Ela começou a assistir e a copiar seus movimentos em segredo. Talvez como resultado de sua condição, ela foi capaz de reconhecer rapidamente os padrões que ele exibia e aprendeu a lutar com espadas muito rapidamente.
Eventualmente, Dillion a notou e, impressionado por seu talento, quis conhecê-la melhor. Dillion incentivou Senua a passar pelos testes para se tornar uma guerreira da aldeia. Enquanto Dillion e Senua treinavam juntos, eles se apaixonaram. Dillion compreendia a doença mental de Senua, e sua condição se tornou cada vez menos um obstáculo por causa de seu apoio.
Dillion convenceu Senua a morar com ele em vez de seu pai. Incapaz de impedi-la de sair, Zynbel disse a Senua que sua maldição arruinaria as vidas daqueles ao seu redor. A vida de Senua seguiu relativamente feliz, no entanto, até uma série de eventos trágicos convencê-la de que ela realmente estava amaldiçoada.
O suprimento de água da aldeia foi contaminado pelos corpos deixados para trás após as incursões vikings. Senua percebeu isso, mas seus avisos foram ignorados como delírios loucos. Logo depois, uma praga atingiu a aldeia, e rumores se espalharam de que a maldição de Senua trouxe a praga sobre eles. Senua foi aterrorizada por uma multidão de aldeões, e quando o pai de Dillion morreu da praga, Senua ficou convencida de que era a verdadeira causa do surto e que Dillion a odiaria por isso.
Senua tentou cometer suicídio para purgar sua maldição, assim como acreditava que sua mãe havia feito. Dillion a convenceu a poupar a si mesma, mas ela ainda decidiu ir para o exílio na floresta como penitência por causar a praga. Senua prometeu voltar para Dillion assim que pagasse sua penitência como pária.
A saúde mental de Senua só piorou enquanto ela estava sozinha na selva. Eventualmente, no entanto, ela encontrou Druth, um homem velho ferido e à beira da morte. Senua conseguiu prolongar sua vida, mas ele não conseguiu superar suas lesões. No entanto, enquanto Druth e Senua passavam tempo juntos, ele a contava histórias sobre mitos e lendas vikings.
Druth havia sido um estudioso, que foi vendido como escravo para os vikings depois de terem assassinado sua família. Os vikings o usaram para fornecer informações sobre aldeias a serem saqueadas, o que eventualmente o enlouqueceu de culpa. Ele ficou conhecido como “Druth”, uma palavra viking para tolo. Druth eventualmente escapou dos vikings correndo através de uma vila em chamas. Este ato causou as lesões que o matariam, mas não antes de ele compartilhar grande parte de sua sabedoria com Senua.
Senua retornou à sua aldeia, apenas para encontrá-la destruída por um ataque viking. Em uma cena de corte desbloqueada após coletar todas as pedras de conhecimento do jogo, é sugerido que Zynbel pode ter sido quem informou os vikings sobre a localização da aldeia. Os vikings mataram todos e brutalmente penduraram o corpo de Dillion.
A morte brutal de Dillion fez Senua entrar em colapso. Ela pegou sua cabeça, convencida de que poderia levá-la a Hela e barganhar pela alma de Dillion. E é aqui que ocorrem os principais eventos do jogo. Depois de derrotar Valravn, lutar contra Surtr, reivindicar a espada Gramr, passar pelos julgamentos de Odin e lutar contra um grande lobo, Senua finalmente alcançou Hela.
Hela forçou Senua a lutar contra hordas de todos os inimigos que ela havia derrotado no caminho, eventualmente fazendo com que se rendesse. Senua negociou com Hela, esperando se sacrificar pela alma de Dillion, porém, Hela não mostrou misericórdia e arremessou a cabeça de Dillion no abismo.
Cuidado, o próximo conteúdo contém Spoilers sobre o primeiro jogo.
Cuidado, o próximo conteúdo contém Spoilers sobre o primeiro jogo.
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O plot final contém Senua no lugar de Hela, com Hela morta no chão onde Senua antes estava deitada. Hela representava o conflito dentro de Senua, e ao aceitar a partida de Dillion finalmente permitiu que Senua aceitasse seu luto e derrotasse seu sofrimento interno. Senua consegue superar muitos dos aspectos negativos de sua doença mental sem “curá-la” ou simplesmente desejá-la. O apoio de outras pessoas combinado com o crescimento pessoal é necessário, tornando Hellblade uma das melhores representações de doenças mentais já desenvolvida para videogames.
Senua avança em sua jornada, agora mais controlada por sua doença. As vozes ainda estão presentes, mas Senua está agora pronta para o que virá. Isso prepara o cenário para Senua’s Saga: Hellblade 2, um dos jogos mais aguardados de 2024, que está chegando ao Cloud, Xbox Series X e PC no dia 21 de Maio.
Aproveite para conhecer a história da Ninja Theory. Acesse o artigo abaixo e entenda como nasceu o estúdio, seus desafios, feitos e muito mais.
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