Quando o CMA bloqueou a compra da Activision Blizzard King no Reino Unido alegando um possível domínio da Microsoft no mercado de cloud gaming, evidentemente pareceu um motivo absurdo, uma vez que jogos em nuvem ainda são um mercado incipiente, que ainda representa um número muito pequeno de tudo o que o mercado de jogos movimenta.
FTC superado, as atenções da Microsoft estão novamente voltadas para o Reino Unido, onde se especula que CMA e Microsoft negociam um acordo para enfim concluir a compra da Activision Blizzard King.
A comunidade Xbox, o mercado, a imprensa, todos sem dúvida estão ávidos por um anúncio de conclusão da compra, mas por que será que a Microsoft faz tanta questão de deixar tudo resolvido com o CMA antes de finalizar a compra?
Futuro
O primeiro ponto que pode ser um dos motivos para a Microsoft simplesmente não atropelar o CMA, é que, apesar de ter demonstrado uma certa incompetência durante toda sua investigação, o CMA é um regulador muito importante, e se indispor com o mesmo poderia prejudicar futuras aquisições.
Os fãs de Xbox mais “emocionados”, cogitam a compra da Sega, Square, entre outros grandes estúdios do mundo, mas no caso da Microsoft adquirir um estúdio do Reino Unido no futuro, não seria interessante ter boas relações com o CMA? (se é que isso ainda é possível).
Imaginem que hoje a Microsoft simplesmente avance na compra da Activision Blizzard King sem resolver as questões com o regulador britânico, como seria um processo de aquisição avaliado pelo órgão no futuro? Com certeza mais criterioso, não?!
Deixar o Reino Unido sem nuvem?
Alguns especialistas apontam ainda que a Microsoft poderia deixar de oferecer alguns recursos no Reino Unido para assim aplacar as preocupações do CMA, entre estes recursos que poderiam ficar de fora, a nuvem.
Por mais que hoje o Xbox Cloud Gaming ainda seja um recurso (e que recurso diga se de passagem!), quem já utilizou ou utiliza o serviço sabe que ele também é o futuro da indústria.
Ainda em Beta, os jogos em nuvem da Microsoft já funcionam muito bem obrigado, e permitem que qualquer pessoa com acesso à internet possa jogar jogos selecionados em qualquer PC, smartphone ou mesmo em TVs, sem a necessidade de ter um console Xbox.
Fortnite é um bom exemplo, como game que pode ser jogado sem nem mesmo uma assinatura do Xbox Game Pass, o que é uma medida que dá acessibilidade a um dos jogos mais populares de todos os tempos de forma gratuita em qualquer dispositivo compatível com jogos em nuvem.
Assim, precisamos entender que a Microsoft vê o cloud gaming como parte fundamental de sua estratégia, e não vai simplesmente abrir mão de colocar um dos serviços mais revolucionários de todos os tempos em um mercado tão importante quanto Reino Unido.
Antes de ficarmos desesperados para que a conclusão seja logo anunciada, precisamos levar em conta que talvez, mas só talvez, Phil Spencer, Brad Smith, Satya Nadella e cia, devem saber o que estão fazendo.
Uma big tech como a Microsoft não dá ponto sem nó (como diriam os antigos, né Leozera), por isso, o que resta a nós, meros mortais devotos do Xbox Game Pass, é aguardar.