Análise Assetto Corsa: Um dos maiores simuladores de automobilismo existentes.
O famoso jogo para PCs faz sua estreia nos consoles através de seus desenvolvedores Kunos Simulazioni e 505 Games.
Durante anos os consoles habituaram-se a receber dois famosos títulos como jogos automotivos: Gran Turismo e Forza Motrorsport. Além deles Project Cars recorreu aos consoles para atrair o público com desejo de simulação:
Se juntarmos o fato do lançamento de Fórmula 1 2016 (Leia nossa análise aqui), temos uma grande oferta para os fãs dos jogos de automobilismo, e agora, Assetto Corsa chega querendo não só uma fatia deste mercado como também se posicionar como “Xerife” da categoria.
Análise Assetto Corsa
História
Proveniente dos PC’s, onde as produções tendem a elevar certos parâmetros e permitir uma série de modificações, Assetto Corsa junta-se a uma nova concorrência.
Quem acompanhou o jogo no PC sabe que a riqueza de detalhes é seua marca registrada para aqueles que querem ter a experiência de simulação de alto nível.
O jogo abrange diferentes classes de automóveis de outras eras. Poderão encontrar desde Mercedes como o famoso Alfa Romeo 155
Para quem ainda não conhece, Assetto é pura simulação, e atuar nos consoles pode ser uma tarefa nem tanto prazerosa. Isto quer dizer que as incidências na condução e em alta velocidade, através de modelos de automóveis particularmente avançados, aptos para correr em circuito fechado ou icônicos doutras eras, encontram-se em uma aproximação à física e sensação de controle muito próximas da realidade.
Física
Na configuração mais próxima da realidade, Assetto Corsa torna-se num jogo insano e difícil de domar, algo que só pode ser acompanhado através de um volante. No sentido oposto e assistido a condução fácil, e a inteligência artificial dos adversários fica sem nenhuma graça.
O comportamento dos adversários tende a ser agressivo, especialmente se incrementarmos o grau de dificuldade. Aqueles pilotos virtuais não falham uma curva, não cedem na trajetória e alcançam tempos por volta que requerem o nosso melhor.
Evitar derrapagens e saídas largas torna-se fundamental. Assim cada volta precisa ser feita com maior perfeição e isso requer concentração e um bom trabalho de mãos.
O desafio tende a ser maior à medida que pulamos para carros mais exigentes e difíceis de dominar. Por norma, são boas as sensações dos carros configurados para pista, enquanto que as máquinas de estrada, com suspensões mais flexíveis, tendem a escapar um pouco em curva e a deslizar, através de comportamentos que não deixam de ser previsíveis.
Diante de tantas noções de condução não teria sido má opção entregar uma opção só para passar por desafios básicos, quase como um tutorial.
Jogabilidade
Outros jogos tendem a suavizar o processo de condução, Assetto se foca no profissionalismo, e o simples fato de tirar o pé do acelerador durante uma curva pode fazer o carro perder a aderência e te fazer virar passageiro.
Começar pelas categorias mais baixas também ajuda, especialmente se nos mantivermos fixos na linha de trajetória ideal, o que nos leva a memorizar o circuito mais depressa. A corrida disputada só com o Fiat 500 é ótima para introduzir os iniciados à condução.
A ausência da chuva e de corridas à noite são outros fatores que reduz o interesse de alguns jogadores, características essas presentes em Project Cars. Apesar disso é possível ajustar parâmetros como a hora do dia (dez da manhã até às 18), com céu limpo ou mais ou menos carregado além de outros pequenos detalhes.
Outra coisa ausente (e estranha) é o acesso ao HUD (painel) de informações do veículo, ficou impossível saber pressão dos pneus e outras coisas, premissa básica em qualquer simulação.
Além disso, configurar o controle para mudar os botões como aumento ou redução de marchas é uma tarefa impossível.
Garagem
Existem 20 fabricantes de automóveis presentes, grandes marcas como os prestigiados Ferrari, Lamborghini, Koeniseg, BMW e Mercedes fazem parte deste “Line Up”
São mais de uma centena ao todo, desde modelos de estrada, clássicos e vanguardistas, até às bestas do asfalto em circuito. No entanto, enquanto algumas marcas apresentam vários veículos, algumas oferecem um ou dois bólides apenas.
É um número modesto quando comparado a Forza ou Gran Turismo, mas que não deixa de ter o seu valor baseado nos carros escolhidos. Felizmente foi anunciado há meses um DLC de modelos oficiais do Porsche, de competição e de estrada.
Os carros italianos e sobretudo os belos e ruidosos modelos da Ferrari merecem grande amplitude em Assetto Corsa pois correm em casa.
Os veículos poderão ser utilizados em 12 circuitos, grande parte disponíveis em diferentes configurações, como sucede com a pista de Nurburgring e Silverstone.
Predominam os circuitos italianos, com destaque para o Autódromo de Monza, Vallelunga (pista onde o estúdio possui os seus escritórios), Magione, Imola (Circuito Enzo e Dino Ferrari), entre as internacionais SPA Francorchamps, Zandvoort, Barcelona e Brands Hatch.
Na versão PC existem mais opções, mas importa salientar que os circuitos eleitos pela produtora foram alvo de uma produção muito precisa, através de um processo de “scan” que os deixou muito autênticos, especialmente no que concerne à ondulação, altimetrias e largura do asfalto.
Carreira e Multiplayer
Os principais modos de jogo de Assetto Corsa são o multiplayer e o modo carreira. Depois, temos os desafios especiais que consistem em pequenas provas que vão da volta mais rápida à realização de um “drift” num determinado veículo.
O modo carreira consiste numa série de provas organizadas por níveis. A partir do mais básico (com carros mais acessíveis) progridem para o nível 2, onde encontram máquinas mais potentes (como os BMW M3, Z4).
Para subirmos de nível é preciso alcançar a pontuação mínima nos testes (a pontuação será melhor sendo consistentes na concretização dos tempos) ou medalhas nas corridas (para os três primeiros).
Nas categorias de dificuldade mais elevadas (especialmente o modo insano) chega a ser quase impossível entrar no top 3 a não ser que configurem o veículo (com mais parâmetros se for de competição), mexendo no combustível e nos pneus.
Apesar da boa organização do modo carreira, falta-lhe alguma profundidade. As provas sucedem-se umas às outras como meros exercícios de dificuldade crescente, emparelhados em torno de diferentes carros.
Conclusão
Assetto Corsa acaba por expor as suas origens como produto específico para PC, no qual o modo multiplayer tende a ser o componente mais relevante ao permitir a realização de torneios e competições entre jogadores e sem a inteligência artificial.
O ajuste do jogo para os consoles cedeu na eficácia, ainda falta muito atingirem um alto padrão de exigência dos aficionados por pilotagem. Os detalhes e pormenores à volta do asfalto não são particularmente faltosos, mas, pelo menos o barulho a bordo dos carros é encantador para os ouvidos.