A Segunda Grande Guerra nua e crua!
Quando anunciado, Call of Duty: WWII foi cercado de expectativas e de dúvidas. O que todos sabíamos, claro, é que o game seria um sucesso comercial. Mas será que, ao contrário de seu antecessor, Infinite Warfare (confira nossa análise), WWII justificaria o sucesso nas vendas? Analisamos Call of Duty World War II
O gênero FPS não é o meu favorito, confesso, mas, aprecio um bom game de tiro, como Halo 5, Rainbow Six Siege e, claro, os Battlefield 4 e 1, este último mais próximo concorrente de COD. WWII entrega uma campanha espetacular e um multiplayer pouco atraente, mas que tem lá seus méritos.
De certo, é que Call of Duty: WWII apaga a má imagem de outros games da franquia e traz de volta algo que havia sido esquecido na série: o prazer de uma boa campanha. Boa, Sledgehammer!!
Não tem como dar errado
Jogos de Segunda Guerra Mundial são fórmulas infalíveis de boas narrativas e diversão. Com WWII não foi diferente. Os acontecimentos a partir do “Dia D” são de tirar o fôlego e foram retratados com maestria pela Sledgehammer.
As missões são bem variadas e não te deixam cansado em momento algum, principalmente porque a gama de armas é bem interessante, proporcionando sensações fiéis e de que, de fato, precisamos de um certo equipamento para a missão em que estamos. Claro, como em outros COD como Black Ops, tem a fase de derrubar avião, de usar tanque, de ser furtivo… Mas as coisas foram muito bem encaixadas aqui.
A progressão é impecável. As quatro dificuldades são bem definidas e exigem do jogador a habilidade condizente. COD nunca foi um jogo difícil e aqui não é diferente. Caso o jogador queira mais desafio, vá para os níveis maiores. Certas fases como a do Trem, irão te tirar um tempo a mais.
A ajuda dos seus companheiros de pelotão foi bem pensada. Munição, kit de primeiros socorros, granadas e sinalizadores são alguns dos “mimos” que sua equipe levará para te ajudar. Eles poderão ser usados à medida em que forem ficando disponíveis no progresso, ou seja, não estarão sempre ali. Você vai precisar matar “chucrutes”, para ter essas recompensas salvadoras.
O protagonista da estória, Ronald ‘Red’ Daniels, é extremamente carismático e te passa os sentimentos e situações ao longo da narrativa com muita precisão e veracidade. A dublagem, em certos momentos, é falha, mas, nada que comprometa os diálogos e cut scenes.
Para um devorador de multiplayer, como eu, essa campanha de Call of Duty: WWII merece um 10. Evidente que não entraremos a fundo na estória, para evitar os famigerados spoilers. O que podemos dizer é: vale a pena cada uma de suas 10 horas (15, pra mim, que jogou na dificuldade ‘Casca Grossa’).
Gráficos caprichados
Outra evolução sentida neste novo capítulo de COD foi nos gráficos. Excelentes. O nível de detalhes e texturas são de encher os olhos, fazendo com que os fãs de Battlefield sintam uma certa dor de cotovelo.
O que eu achei que faltou foi sangue e um pouco mais de carnificina. Em muitos momentos, principalmente em combates mais fervorosos, senti falta de violência, impacto. A batalha de Normandia, por exemplo, foi uma das mais sanguinárias da história da humanidade.
Nota da redação: Eu recém adquiri uma TV 4K com HDR e prometo atualizar este post quando ela chegar. Vamos ver do que o Xbox One S é capaz em um novo monitor.
O game roda a lisos 1080p 60fps, diga-se de passagem.
Som de guerra!
Os efeitos sonoros estão de cair o queixo, seja com headsets, seja com o som nativo da TV. Cada ruído pode ser sentido nos mínimos detalhes, seja dos passos e respiração, seja das capsulas das balas caindo após serem disparadas.
Para quem esteve em Battlefield 1, poderá ver a evolução das armas de uma guerra pra outra. É um espetáculo a parte.
Multiplayer: o calcanhar de Aquiles
Pessoal, antes que me xinguem, devo lembrar que uma análise é algo extremamente pessoal. Mas, serei franco. Não gostei do multiplayer de Call of Duty: WWII.
O modo War, diga-se, é uma grata exceção em meio aos outros modos. Bem parecido com o que temos em Paladins, por exemplo. Os loots são até fáceis de serem adquiridos e aplicados, e não atrapalham na curva de aprendizado.
O que me incomoda, de fato, é o ritmo alucinante das partidas TDM (Team Deathmatch). Para um jogo de guerra, onde cada centímetro conta, essa correria desenfreada herdada dos “modern warfare” é um pé no saco e só traz irritação. Tem quem goste, claro, mas o modo multiplayer de COD: WWII me fará desinstalar o game em breve, mesmo com o divertido modo zumbi à disposição.
Dica: monte esquadrões com os amigos. Isso pode tornar a tarefa menos ingrata.
Call of Duty: WWII pode ser considerado uma volta às origens da franquia. Com campanha digna de cinema, o jogo é um deleite para fãs de história e shooters em primeira pessoa. O multiplayer tem seus fãs, mas não inovou em nada e continua apelativo, pouco real.
O game já está disponível na Microsoft Store por R$229,00, na PlayStation®Store por R$229,90 e no Steam por R$199,90.
Analisamos Call of Duty World War II