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A Eterna Guerra entre Xbox e PlayStation, criada e alimentada pela mídia

De um lado Microsoft, com seu poderoso e diferente ecossistema Xbox, do outro, a Sony, com a Mídia, empurrando o melhor do PlayStation.

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Ah, a guerra de console! Um conflito tão antigo quanto… bom, não tão antigo quanto a humanidade, mas certamente tão antigo quanto a era digital. Desde os dias em que os jogos eram simples pixels na tela, a indústria dos videogames evoluiu de maneiras que os pioneiros como Ralph Baer e Nolan Bushnell dificilmente poderiam imaginar.
A era dos anos 70 e 80 foi marcada por gigantes como Atari e Intellivision, que competiam ferozmente por espaço nas salas de estar, oferecendo experiências que, embora rudimentares, eram revolucionárias para a época.

Com a chegada dos anos 90, a rivalidade entre Nintendo e Sega acendeu o mercado com o Super Nintendo Entertainment System (SNES) e o Master System/Mega Drive. Esta era não foi apenas sobre gráficos e jogabilidade, mas também sobre marketing agressivo, como a icônica campanha “Genesis does what Nintendon’t” algo como (O Genesis faz o que o Nintendonãofaz). Porém, uma coisa que não existia nessa época, e que herdamos agora, é o fácil acesso a informação através da Internet. Esta que por sua vez, facilitou e proporcionou o famigerado acesso de toda humanidade, criando problemas que só o mundo atual poderia ter.

Agora, no século XXI, a batalha continua, porém, com contornos muito mais definidos. Microsoft, com seu Xbox, e Sony, com o PlayStation, dominam o cenário, oferecendo experiências de jogo que vão além do que qualquer um poderia prever há algumas décadas. O Xbox, desde seu lançamento em 2001, tem se posicionado não apenas como um console de jogos, mas como um ecossistema completo, com serviços como o Xbox Game Pass, que revolucionou a maneira como os jogadores acessam e desfrutam de novos títulos.

Mas você deve estar se perguntando, e como é que essa ‘guerra’ começou, qual a sua origem? O primeiro indicador vem da Competição de Mercado. Tudo começou com a competição entre fabricantes de consoles. Atari vs. Intellivision já travavam suas acirradas disputas de mercado, mas foi na geração da Nintendo vs. Sega que a coisa realmente avançou, e a frase “verdadeira guerra de console” é frequentemente associada à essa era por várias razões, que refletem tanto aspectos de marketing e inovação quanto a cultura gamer da época.

Inovação e Competição Direta: Nintendo com o NES (Nintendo Entertainment System) e depois o SNES (Super Nintendo Entertainment System) estabeleceu um padrão de qualidade e popularidade que era difícil de superar. Eles trouxeram jogos como “Super Mario Bros.” e “The Legend of Zelda”, que se tornaram ícones da indústria. Já a Sega, por outro lado, com o Master System e especialmente o Genesis (conhecido como Mega Drive fora dos EUA), desafiou diretamente a Nintendo com uma abordagem mais agressiva e uma estratégia de preços mais baixos. Jogos como Sonic the Hedgehog foram criados especificamente para competir com Mario, oferecendo uma experiência de jogo mais rápida e divertida.

Marketing Agressivo: A Sega adotou uma campanha de marketing que se tornou lendária, com o slogan “Genesis does what Nintendon’t”, que não só destacava as capacidades do Genesis, mas também fazia uma brincadeira com o nome da concorrente. Essa abordagem foi inovadora para a época, criando uma rivalidade que se estendeu além dos produtos em si.

Diferenças Culturais e de Público-Alvo: A Nintendo visava uma audiência mais ampla, incluindo crianças e famílias, com uma política de censura mais rígida para manter seus jogos adequados para todas as idades. A Sega, por outro lado, tentou atrair um público mais velho, com jogos que eram mais violentos ou tematicamente maduros, como “Altered Beast” e “Night Trap”. Eles também permitiram uma maior liberdade aos desenvolvedores, o que resultou em uma biblioteca de jogos que contrastava com a de Nintendo.

Tecnologia e Exclusividade: Ambas as empresas competiram ferozmente em termos de hardware. A Sega tentou superar a Nintendo com o Genesis, que tinha capacidades gráficas e sonoras superiores ao NES. A introdução de chips especiais em jogos do SNES e a resposta com o Genesis 32X e Sega CD mostrava uma corrida tecnológica.

Impacto na Indústria: Essa rivalidade não só aumentou a inovação e a qualidade dos jogos, mas também criou uma cultura de fãs leais a uma marca ou outra, algo que se perpetuou até hoje. A competição entre Nintendo e Sega foi uma das primeiras a ser tão intensamente sentida pelos consumidores, criando uma verdadeira “guerra de consoles” no sentido cultural e comercial.

Trazendo todo esse fluxo para o atual cenário que vivemos, com acesso desenfreado a informação na internet e seus canais sociais, se olharmos o cenário PlayStation vs. Xbox, presenciamos quase que diariamente, agravantes onde apenas um lado deve vencer, enquanto o outro deve ser extinguido. Essa força quase que ‘invisível’ auxilia não só para colocar os jogadores alinhados com apenas um lado, como também construir um desastroso e desnecessário cenário, onde você só irá se divertir se seguir a regra criada pela etiqueta. 

A influência da mídia na formação de narrativas sobre consoles de videogame, como o Xbox da Microsoft e o PlayStation da Sony, pode ser analisada através de vários prismas, incluindo marketing, cultura pop, e a própria dinâmica dos fãs.

A Sony tem uma longa história de campanhas de marketing que destacam exclusividade, qualidade gráfica, e uma experiência de usuário refinada. Jogos como The Last of Us ou God of War são frequentemente elogiados pela crítica, o que gera uma narrativa de superioridade em termos de conteúdo exclusivo. A mídia, incluindo revistas de games, podcasts, e influencers, pode perpetuar uma narrativa onde o PlayStation é visto como o console para os “verdadeiros gamers” devido à sua história de exclusivos. Isso cria uma percepção cultural onde o PlayStation tem mais “qualidade”, mesmo que isso não reflita a realidade dos jogos disponíveis em ambos os consoles.

A mídia frequentemente relata números de vendas, e se o PlayStation vende mais, isso pode ser destacado como um sinal de preferência do mercado, mesmo que existam outros fatores em jogo como preço, marketing, ou exclusividade de jogos. Atualmente, venda de consoles não significa uma receita saudável de resultados, e o lado-azul tem sofrido quase que diariamente com perda de contratos exclusivos, e problemas de vendas de jogos terceiros semi ou total exclusivos em sua plataforma.

Além disso, é importante citar que a Sony vem passando por uma grande mudança interna, e tem tido dezenas de problemas estruturais e operacionais como demissões em massa, cancelamento de jogos, problema de qualidade nos seus estúdios, dificuldade financeira e muito mais, porém, lá no fundo, o “jornalismo” encontra uma forma de positivar tudo isso, só pra não dar o braço a torcer. Bem-vindo PlayStation 5 Pro, o (mesmo) console mais caro do mundo.

Além disso a comunidade de fãs e a cultura que se desenvolve ao redor dos consoles também influenciam a mídia. A rivalidade entre fãs pode ser observada por todos, onde o PlayStation é frequentemente retratado como o “vencedor” em termos de exclusivos, hardware, ou inovação, o que desmerece o Xbox em tantos graus que a gente nem consegue descrever. Revistas e sites de jogos podem, conscientemente ou não, aplicar diferentes critérios de avaliação. Jogos do PlayStation podem ser elogiados por sua narrativa ou inovação, enquanto jogos do Xbox, podem ser vistos como menos exclusivos ou inovadores.

Embora o Xbox tenha desenvolvido por anos seu próprio território, incluindo sistemas, serviços e benefícios, comprando dezenas de estúdios, lançando jogos de peso todos os anos, aparecendo em eventos e apresentações várias vezes no ano, investido pesado em suas franquias de peso, melhorando o Game Pass, facilitando acesso ao Cloud Gaming, basta apenas alguém relar o dedo na referida, e então, nada disso terá um olhar positivo.

Um dos principais (e atuais) pontos, a Microsoft, ao criar o seu ecossistema, e focar numa questão diversificada de escolha de jogadores, tira o foco único e exclusivo de se ter um console, e ela é sempre interpretada como uma admissão de fraqueza no mercado de consoles, mesmo a Sony mantendo uma forte identidade de console com exclusivos que já estão disponíveis em outras plataformas. Alias, a Microsoft é a única que oferece acessos aos jogos próprios ou terceiros no seu Day One através de uma única assinatura. A Sony, não quer dar o braço a torcer.

A mídia não cria essas narrativas do nada; elas são influenciadas por estratégias de marketing, exclusividade de conteúdo, e a percepção cultural que se desenvolve ao redor desses produtos. No entanto, a forma como essas narrativas são construídas e perpetuadas pode, sim, contribuir para uma visão desfavorável do Xbox em comparação ao PlayStation, mesmo que o Xbox continue oferecendo os melhores custos, vantagens e benefícios dentro do seu agora isolado mundo dos videogames.

E por que isso continua, e como podemos diminuir a questão? 

A internet amplificou tudo. Fóruns, Discord, e especialmente plataformas sociais, se tornaram campos de batalha onde fãs podem se vangloriar ou criticar os consoles rivais. Para muitos, escolher um console é uma declaração de identidade. É como escolher um time de futebol; a rivalidade é parte da humilhação.
Essa situação não será encerrada, e tão pouco deixará de existir, porém, é possível diminuir a forma pela qual a informação é implantada no dia-a-dia de todos. Precisamos ensinar que é possível gostar de múltiplos consoles. A ideia de que você não precisa se limitar a um só para ser um “verdadeiro gamer” pode ajudar.
Não existe a melhor plataforma, existe aquela que encaixa no seu bolso, e se você buscar ter o melhor, é necessário começar a olhar para qual delas oferece a maior quantidade de vantagens e benefícios por um valor acessível. A finalidade é jogar, então, se você pode ter acesso aos seus jogos sem ter que pagar mais nada por isso, é um ótimo meio de iniciar a tomada de decisão, concorda?
Com o avanço da tecnologia, jogos que permitem cross-play (jogar com pessoas de diferentes plataformas) diminuem a rivalidade. Quando você pode jogar com amigos, independentemente do console, a diversão ganha sentido. Além disso, criar e apoiar comunidades que valorizem o jogo acima da plataforma é vital, e proporcionar eventos e torneios que não sejam exclusivos para um console específico podem ajudar.
Às vezes, um pouco de autodepreciação e humor pode desarmar as tensões. Se todos rirem de si mesmos e das guerras de consoles, talvez elas percam um pouco da seriedade. No final das contas, as guerras de consoles são um pouco como as discussões sobre se o tomate é um fruto ou um legume. É divertido, tem suas tradições, mas no fim do dia, o importante é o sabor… ou no caso dos consoles, a diversão que eles trazem.
Lembrando, no fim das contas, o objetivo principal é se divertir.

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Leozera
Leozerahttps://centralxbox.com.br
Natural de São Paulo - BR, atualmente morando na Florida - USA, tem mais de 20 anos de experiência com Marketing, ama música, toca bateria e seu principal hobby são os games.
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