Quando joguei Elden Ring pela primeira vez em 2022, fiquei emocionado. Este jogo tinha tudo o que sonhei; um ótimo sistema de combate, grandes desafios, e o mais importante, uma exploração soberbamente projetada. Gostei tanto que decidi visitar todos os cantos do mundo criado pela FromSoftware e não me arrependi de jeito nenhum. Quando soube da expansão fiquei novamente encantado, pois Miyazaki decidiu dar aos jogadores mais uma oportunidade de explorar um universo verdadeiramente incrível, que implora para contar (ou adicionar) outra história.
Shadow Of The Erdtree não é para novatos, já que você não pode entrar no DLC sem ter enfrentado grande parte do jogo base e vencido dois de seus encontros mais complicados: Radahn e Mohg. Depois de derrubar Mohg, o levará às Terras das Sombras e a todas as suas novas ‘delícias’. Erdtree é uma adição final ao jogo, então não vejo nenhum problema em a FromSoftware forçar seus jogadores a atingir uma certa aptidão antes de mergulhar.
Claro que o destaque para mim ainda é o combate e a exploração que eu esperava vivenciar nessa expansão, e cara, não fiquei desapontado porque Shadow of the Erdtree tem tudo que eu procurava. Mas uma coisa de cada vez, vamos começar com o mais importante, que foi como me encontrei na Terra das Sombras.
E lá vamos nós…
Depois de quase 1000 horas jogando, ainda encontro coisas novas aqui e ali. Durante a DLC, eu estava com um personagem nível 180 sem new game+, utilizando uma build fechada de força e fé, e bem… nunca apanhei tanto na minha vida. Alternei para o meu outro personagem que tem tudo no jogo, todos os finais, armas, amuletos, magias, pontos em 60+ em todos os atributos e novamente… apanhei pra caramba.
Mas isso, para um fã de souls, não é problema! Todos viramos saco de pancada nessa DLC até porque desde a cidade anelada de Dark Souls 3, não tínhamos uma expansão onde a “dona From” soltava as manguinhas. Importante que essa dificuldade foi colocada de forma proposital para evitar que o povo do grind com personagens nível 700 dessem ‘hit-kill‘em todos os chefes em tempo record, (ao menos é o que eu acho) porque até os inimigos base que andam pelo mapa te matam com 2 hits.
Então entendam que isso não é de forma nenhuma a conta final da DLC, não é só uma máquina da morte, estou dizendo isso porque em muitos anos jogando souls e seus derivados eu nunca senti tanta fúria de algo produzido pela From.
É verdade que todo souls tem seus segredinhos e nessa expansão não foi diferente. Vamos começar pela exploração e pelo map design. Eles simplesmente trouxeram algo muito maior do que Limgrave (área base), e agora, temos não só um caminho linear, mas toda a forma livre de exploração num mundo cheio de vida e com inimigos de cores, formas e move sets diferentes espalhados para todos os lados do mapa.
Lembrando que para acessar o DLC você precisa matar o lorde do Sangue, Mohg, e entrar pelo “ovo” que tem no final da sua arena de batalha. Depois de se perder e morrer inúmeras vezes no mapa novo (que está lindo!), você desiste e começa a apelar para armaduras pesadas e sem nenhuma beleza estética, e passa a morrer não para um ou dois hits dos inimigos e sim para 3 ou 4.
Vamos explorando até descobrir o a fragmento da Umbrárvore, e … minha Nossa Senhora dona From!!!!! Esse item que está presente na DLC faz com que, no nível máximo, você possa causar mais que o dobro de dano a tudo e a todos ne recebe menos da metade do dano que os inimigos podem causar, porém você precisa obter 50 partes diferentes do item para chegar ao nível máximo de escala, o que vai exigir que você ande e explore tudo no mapa.
Novas armas e novas magias foram adicionadas no jogo e simplesmente quebrando a mente dos todos que já jogavam o jogo com classes de magos e paladinos e piromantes. As novas magias são extremamente fortes e essenciais para se jogar bem a DLC durante o seu percurso.
As novas armas adicionadas são a cereja do bolo, em Elden Ring temos alguns chefes com uma movimentação acelerada que lembravam muito as mecânicas e animações de Sekiro – que é um jogo da From com uma pegada mais focada no combate de katana x katana, e com uma liberdade de movimentos nunca vista antes – durante SHADOW OF THE ERDTREE muitas armas vão entregar move-sets completamente diferentes do que já se foi feito em qualquer jogo souls. Imaginem armas que você pode literalmente voar, ou se teletransportar durante os combos, armas que tem combos aéreos e finalizações de beat’em up.
Em certos momentos me senti em Devil May Cry e não em mais um jogo souls. Algumas coisas ainda serão desbloqueadas com gestos, paredes invisíveis e muito mais do que já sabemos que um mundo que tem os dedinhos da dona From tem a nos oferecer. Será muito difícil no início, afina, sem saber da existência dos fragmentos, a DLC vai te assustar, e vai te assustar muito, mas depois de entender tudo, e decorar muita coisa, tudo ficará mais fácil, como em todo souls já produzido nessa vida.
Você vai encontrar lutas épicas, armas estupidamente divertidas e muitas magias com animações lindas e toneladas de dano sendo disparadas nos seus inimigos, sim, eu te convido e te recomendo SHADOW OF THE ERDTREE não como um grande fã de todas as obras feitas pela from, mas como um fã de jogos que depois de apanhar muito entender que não importa se você é ou não super viciado em souls, a dona from vai sim achar jeitos de ferir seu orgulho e fazer você ficar 8, 10, 12 horas no mesmo chefe até conseguir mata-lo e gritar como se fosse final de copa do mundo.
Gostar de vídeo games e viver na mesma era onde temos o Hidetaka Miyazaki fazendo jogos como Elden Ring e seus antecessores deveria ser comparado a quem viveu e acompanhou Da Vinci, Monet, Michelangelo, Picasso e tantos outros, o cara é um gênio e uma OBRA prima como Elden Ring tem que ser jogado pelo maior número de pessoas possíveis.