Demorou, mas… finalmente Hellblade II!
Desenvolvido pela Ninja Theory e publicado pela Microsoft, Senua’s Saga Hellblade II finalmente chegou para todos nós apreciarmos. O jogo que passou por cerca de 4 anos de desenvolvimento, chega com a promessa de finalmente revolucionar a nova geração de consoles.
Save galera, eu sou o R4NIERI, e para quem não me conhece, sou criador de conteúdo, streamer, youtuber, participei do projeto Academia de Criadores Xbox (e consertador de coisas nas horas vagas), e hoje, venho aqui na Central Xbox, para trazer a minha opinião e primeiras impressões sobre esse título.
Hellblade II é uma experiência cinematográfica em forma de videogame, ambientada em uma ilha da Islândia. A essência da criação dessa nova jornada permanece a mesma, manter uma qualidade de um “indie” triple AAA, só que agora com muito mais recursos.
O jogo foi totalmente refeito do zero usando a Unreal Engine 5, com capturas de movimentos feitas por atores reais, incluindo o combate. Além disso, o jogo conta com uma tecnologia de áudio binaural, para imergir ainda mais o jogador na história e na ambientação. Isso porque Senua sofre de esquizofrenia, e o áudio binaural faz toda diferença na representação disso no decorrer da gameplay.
O pessoal da Ninja Theory usou uma tecnologia inovadora de captura de movimentos e todos os movimentos do jogo são capturas reais dos atores, incluindo as sequências de luta e não apenas as cutscenes.
História
O jogo se passa no século 10 na Islândia. Não falaremos sobre a história, nem como Senua chega nessa ilha em quem são o que coisa e tal, vamos evitar spoilers, ok!?
Hellblade II é simplesmente um dos games cinematográficos mais lindos que nós já jogamos! A Ninja Theory faz a Unreal Engine 5 brilhar. Toda ambientação, história e os personagens foram criados usando recursos de cinema e o game nos relembra isso a todo momento a ponto de você às vezes duvidar que você está mesmo jogando um videogame ou se aquilo não é um vídeo de um ator real. É de um primor e de um cuidado com os detalhes, que os amantes de cinema e fotografia vão achar um deleite.
Por falar nisso ele tem um modo foto, cheio de recursos para quem ama fazer fotografia virtual, incluindo posicionamento de luzes. E é nesse modo que a gente pode olhar com mais detalhes para os recursos cinematográficos do jogo, como por exemplo a simulação de lente anamórfica.
Estrutura cinematográfica
Hellblade II roda num aspecto de imagem cinemascope 2.39:1. E isso acontece de forma proposital, não é uma limitação da engine por causa do gráfico do jogo. Então você que estava reclamando das barras pretas, que caiu naquela lorota de que tinha barra porque o videogame não aguentava o gráfico, sentimos em lhe que você…ERROU!
No modo foto você encontrará o aspecto 16:9 entre outros, com a engine do game funcionando tranquilamente. A cereja do bolo para fechar o pacote e fazer você ter realmente a sensação de que está vendo algo filmado são os sólidos 30 frames por segundo, com um motion blur muito bem calculado. E não, esse jogo não fica legal em 60 frames, desculpa. Eu sei que você pode ficar com raiva, mas ele em 60 deixa de te passar a ideia de cinema. E não é essa a intenção. É pra parecer filme mesmo.
Gráficos & Resolução
O jogo roda fluido e sólido, mesmo nos momentos de alta demanda, como nos combates. Se tem algum frame drop é algo imperceptível e absolutamente não é algo que acontece constantemente durante a jogatina. Esse era um dos nossos medos, de não acontecer essa fluência firme.
Por outro lado, as texturas do jogo não estão em alta resolução, elas estão na resolução correta para representação do game. A Ninja Theory apesar de ter usado a tecnologia de fotometria, levando pro jogo texturas reais da ilha, não quis usar texturas altamente definidas, nem nos modelos dos atores. Isso porque a todo momento o jogo te puxa pro lado cinematográfico, e colocar texturas de altíssima resolução seria gastar recurso à toa.
Mas tudo é muito bem calculado e representado na apresentação do jogo. As modelagens, o mapa, luz e sombra é tudo feito com bastante cuidado. Não é nada que um Kojima, uma Remedy, uma Naughty Dog, já não tenham feito em termos de cinema em videogames, porém pra mim os cuidados da Ninja Theory colocam esse Hellblade II num degrauzinho acima, pelo menos por enquanto.
Áudio
O som também é algo muito especial. Gravado em tecnologia binaural, o som do jogo faz o jogador mergulhar na mente da Senua e viver junto com ela a sua psicose. Efeitos de áudio espacial são constantemente usados e o cuidado em representar os sons durante os episódios de psicose de Senua são muito bem feitos.
A ambientação sonora é real. A Ninja Theory também tirou os sons reais da ilha na Islândia. Então tudo que você ouve no mapa do jogo são realmente sons daquela ilha. Então esse jogo PRECISA ser jogado com bons fones de ouvido. É muita sacanagem você jogar usando o alto falante mequetrefe da sua TV.
Gameplay
A gameplay de Hellblade II é baseada totalmente no primeiro jogo, só que tudo é melhor. Nós temos áreas bem mais abertas, a movimentação de Senua é muito mais fluida e real, e temos praticamente as mesmas mecânicas do primeiro jogo.
No primeiro game existiam puzzles de olhar por certo ângulo e atravessar uns portais para que você revelasse o caminho ou montasse algo no mapa. Os novos são praticamente lineares, não existe dificuldade em cumpri-los pois eles agora são basicamente switches que você aciona com foco de Senua. Ficou estranho, porque são umas bolas que flutuam no ar e não oferecem desafio algum
E aqui vai a nossa principal crítica. Eles perderam uma oportunidade de ser algo mais desafiador e recompensador, principalmente porque o mapa é maior. Daria pra fazer melhor.
E aí nós pensamos que eles ouviram muito o feedback das pessoas que reclamaram dos puzzles dos portais do primeiro jogo, ou que o jogo, por estar no Game Pass talvez puzzles desafiadores iriam travar o progresso do jogo por pessoas não tão hardcore.
Por outro lado, o combate é algo impressionante e muito bem-feito. É o mesmo estilo de combate do primeiro jogo, porém você agora tem muito mais controle sobre os golpes. Os inimigos apesar de funcionarem como no game anterior, tem muito mais variedades de golpes. Alguns usam fogo, outros lanças, outros machado, outros escudo. Outros usam ataques rápidos, fortes e por aí vai. Todos os inimigos parecem diferentes nesse sentido.
O combate agora tem sempre um motivo. Você não cai pra dentro por nada. As cenas de luta são extremamente bem feitas, dando a impressão que são uma cutscene. Funcionando de forma intuitiva, se um inimigo está atacando por cima, você precisa colocar pra cima com o RB para defender ou dar um parry ou pode acertá-lo com um corte embaixo com o X, dependendo do inimigo.
A duração de Senua’s Saga Hellblade II é basicamente a mesma do primeiro, porém você está fazendo menos coisas repetitivas ou algo maçante. As cutscenes são constantes e elas fazem parte do gameplay, acontecendo na medida certa. Inclusive com momentos onde você está na cutscene e sem perceber tem que dar um comando para prosseguir.
Hellblade II não possui um hud, e esconde elementos que seriam coisas normais em videogames, tipo botão de quick time event, exatamente pra sempre manter nos elementos cinematográficos. Todo esse conjunto consegue fazer o jogador vivenciar a história e a psicose de Senua, tendo a sensação de não saber o que é real.
Conclusão
A Ninja Theory entregou tudo que nós esperávamos, com uma qualidade incrível, sem bugs, finalizado, bonitinho e que me divertiu como a muito tempo os games não faziam comigo. E Esperamos de verdade que os próximos jogos para Xbox tenham essa régua de polimento que foi esse game. Mais do que recomendamos que você jogue! Senua’s Saga Hellblade II, tá no Game Pass e mesmo que você não tenha um console, basta assinar o serviço pra jogar via nuvem porque o jogo merece.
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