A última década de jogos no PC e em outras plataformas foi uma montanha-russa emocionante de diversão pixelizada. Um dos grandes destaques tem sido a ascensão dos jogos de speedrun, como o incrível Hades, que nos proporcionam aventuras cheias de loopings de jogabilidade, explorando a geração procedural e recompensando nosso senso de progresso e maestria.
Esses jogos, carinhosamente chamados de “roguelikes” ou “roguelites”, são o tempero especial do mundo dos games. Mas, calma lá, embora muita gente os use como sinônimos, na verdade, eles têm diferenças mecânicas que são mais importantes do que saber a hora certa de pular no jogo.
A raiz de tudo isso vem de um clássico das masmorras chamado Rogue, lançado em 1980. Nele, a missão era recuperar um amuleto lá nas profundezas da masmorra, mas com um detalhe: morte permanente. Se seu personagem morresse, era game over, sem chance de voltar com as armas e melhorias que tinha conseguido. Além disso, as masmorras eram geradas aleatoriamente, ou seja, cada jogo era uma nova aventura, com novos mapas e desafios.
Desde então, muitos jogos se inspiraram nessa ideia, resultando nos roguelikes. Mas, cuidado, o termo “roguelike” é mais específico do que parece. Em 2008, numa conferência de desenvolvedores, foi criada a Interpretação de Berlim, que definiu roguelikes com oito princípios de design bem específicos:
1. Mapas gerados aleatoriamente.
2. Morte permanente.
3. Combate baseado em turnos.
4. Movimento em grade.
5. Complexidade para permitir várias soluções.
6. Não modal, ou seja, todas as ações podem ser feitas a qualquer momento.
7. Gestão de recursos.
8. Combate “hack ‘n’ slash”.
Mas e os roguelites? Bom, eles são uma versão mais suave dos roguelikes. Ainda mantêm o esquema de mapas gerados aleatoriamente e morte permanente, mas adicionam elementos que permitem progresso ao longo das jogatinas. Por exemplo, em Hades, alguns recursos não são perdidos após a morte e podem ser usados para comprar melhorias permanentes.
Então, da próxima vez que estiver falando sobre esses jogos, lembre-se: os verdadeiros roguelikes são como o jogo Rogue, desafiadores e sem piedade, enquanto os roguelites são um pouco mais amigáveis, permitindo um pouco mais de progresso entre as tentativas.
O importante é se divertir, seja desbravando masmorras ou dominando os loopings do speedrun!