O jogo do Harry Potter (sem o Harry Potter) que precisávamos! Hogwarts Legacy
Desenvolvido pela Portkey Games em parceria com a Avalanche WB e publicado pela Warner Bros. Games, Hogwarts Legacy nos traz um jogo que todos os Potterheads queriam há bastante tempo, onde você é o herói de uma incrível jornada para salvar o mundo bruxo.
Hogwarts Legacy foi revelado pela primeira vez em 2020, e muitas pessoas (incluindo eu) ficaram “hipnotizadas” com a sua promessa, principalmente porque é o sonho de muita gente: ser um estudante de Hogwarts e participar de aulas para aprender a dominar seu dom único, além é claro de dar umas “escapadinhas” para a Floresta Proibida.
Com essa sua promessa única e diferente dos outros jogos da lendária franquia de Harry Potter, Hogwarts Legacy me prendeu por mais de sessenta horas em dois saves diferentes, um onde sou um estudante da Corvinal e outro onde fico na Grifinória, e com isso, eu pude ver as mínimas diferenças entre as duas casas (sem contar com o meu save da Sonserina que fiz no PC, mas que acabei abandonando por conta de seus problemas de desempenho).
A história por trás de Hogwarts Legacy é até que interessante, você foi admitido no quinto ano, algo que apenas outra pessoa conseguiu, Isadora Morganach, ex-professora da escola de magia e que também compartilha um dom bastante parecido com o nosso, que era de “remover” as emoções humanas de outras pessoas. Enfim, acho que estou falando demais dela.
Ao entrar no quinto ano, você descobre que é capaz de ver rastros de magia ancestral, algo que, colocado pela Fada da Conveniência (vamos ver quem pega essa referência), a falecida esposa de seu mentor e professor, o Professor Fig, estava estudando antes de ser assassinada por Ranrok, que também será o seu inimigo.
Ao descobrir que você pode salvar o mundo bruxo de Ranrok e seu aliado Victor Rookwood, você se alia aos quatro guardiões de Hogwarts, todos ex-professores, e é colocado em vários testes para se provar digno de sua habilidade. Enquanto você está passando pelas provações, Ranrok está “aprontando todas” no mundo dos bruxos.
Essa é a história principal, e nem focamos nas outras histórias de outros personagens, como a do Sebastian Sallow, que teve sua irmã gêmea amaldiçoada em um ataque, a de Omnis Gaunt, tio-avô de Você-Sabe-Quem, e a história de Natsai Onai, que veio da escola de Uagadou juntamente com a sua mãe, que é a nova professora de adivinhação de Hogwarts. Resumindo: todas as histórias são boas e únicas, o que diferencia cada personagem.
Mas e nós, de onde viemos? Hogwarts Legacy
Mas aí chegamos em um ponto crítico que deixou muitas pessoas incomodadas (incluindo eu): qual é a história de fundo de nosso personagem? De onde ele veio? Por que ele foi admitido em Hogwarts tão tarde? Nosso personagem é filho de bruxos ou pais trouxas? Infelizmente, a Portkey Games não nos quis dar essa resposta, e cabe apenas a nós criarmos uma história de fundo, como por exemplo a minha, onde eu gosto de imaginar que meu personagem foi transferido da escola brasileira de magia, a Castelobruxo (sim, um pouco clichê, mas fazer o que).
Ok, vamos parar de falar da história e vamos para outro lugar que é destaque no game: o castelo de Hogwarts. O castelo é extremamente vivo e cheio de alunos, professores e fantasmas, além é claro dos seus extremos detalhes, como os quadros animados, detalhes nas madeiras e nas pinturas das paredes e mais.
O mundo vivo do castelo também pode ser encontrado em outras partes do mapa, principalmente na aldeia de Hogsmeade, que teve um trabalho excepcional da equipe da desenvolvedora, que se atentou aos detalhes e construiu uma vila viva, cheia de personagens e momentos únicos.
Mas não se engane, não é apenas a civilização que recebeu um trabalho incrível do estúdio, já que as vastas florestas, principalmente a Floresta Proibida, as praias e os castelos e construções abandonados também receberam uma grande atenção da equipe.
Ok, já falamos dos problemas da história, que tal falarmos um pouco dos “problemas” que existem no mundo? Eu confesso, são poucos, mas eles existem, como a falta de outros bruxos voando de vassoura (um detalhe pequeno, mas que seria bastante interessante de ver) e de eventos aleatórios no mapa, como encontramos em jogos como Red Dead Redemption 2.
Também devemos falar um pouco da falta de atividades secundárias. Sim, é possível voar em circuitos contra-o-relógio, mas o jogo fica bastante limitado a isso, já que não existe quadribol (embora eu tenha que admitir que seria um pouco difícil de programar e jogar) e o combate contra outros estudantes é bastante curto, já que ele fica limitado a alguns certos trechos de história, e depois fica indisponível para sempre.
Cansou de estudar e quer praticar seus feitiços? Não tem problema, já que o mapa está repleto de covil de trasgos e aranhas, acampamentos de caçadores e bruxos das trevas, alcateias, monstros das praias e muito mais para matar sem dó nem piedade. Por falar em magia, não existe um sistema de moral no game, então você pode usar o Avada Kedavra, Crucius e Imperio sem nenhum problema.
Quer uma coisa mais pacífica? Você também pode encontrar os desafios de Merlin e rastros de magia antiga para lhe ajudar a evoluir no game, como aumentar o seu inventário. Além disso, você também pode resgatar várias criaturas mágicas, como os adoráveis bezerros apaixonados e pufosos pelo mapa, e você pode fazer duas coisas com os animais: vender para ganhar mais dinheiro ou soltar em seu cativeiro da Sala Precisa.
Hogwarts Legacy também trouxe vários outros pequenos pontos, como a exploração de cavernas para encontrar itens melhores (que poderia ser muito mais aproveitada com desafios maiores), a Sala Precisa, que permite você criar o seu próprio “quarto” através da conjuração de itens, a sala comunal, que é extremamente detalhada em cada casa, a observação de estrelas e o “arrombamento de casas” para “pegar empresa” dinheiro e outros itens com atributos.
E vamos fechar nossa análise falando de dois pontos importantes para alguns gamers: seus gráficos e sons. Primeiro, eu joguei no Xbox Series S, e pelo menos 90% do meu tempo foi no modo qualidade, e pude ver que mesmo no menor console da geração, a equipe da Portkey Games conseguiu fazer um trabalho incrível nos detalhes, com reflexos incríveis (mesmo sem ser ray tracing), sombras definidas e texturas agradáveis.
E sim, Hogwarts Legacy trouxe um modo performance no Xbox Series S, mas que sofre com muita queda de frame, o que pode causar um certo “incomodo” em alguns jogadores. Além disso, também devemos destacar os bugs visuais encontrados, como texturas carregando de forma bizarra (onde quadrados coloridos tomavam conta do mapa, principalmente nas áreas mais afastadas onde a história principal não chega) e alguns personagens com a textura “duvidosa”.
O som também é excepcional, principalmente sua trilha sonora, que contém várias músicas originais. Além disso, também temos que destacar que o jogo é completamente dublado em português.
Conclusão
Hogwarts Legacy é o jogo do Harry Potter que estávamos precisando, e nos trouxe tudo o que queríamos, embora algumas partes tenham “deixado a desejar”. Com bugs mínimos e um mapa extremamente bonito, você passará horas e mais horas jogando e explorando, além é claro de destruir bruxos das trevas e duendes.
Pontos positivos
- Mapa, gráficos e sons incríveis;
- História interessante;
- Várias missões secundárias;
- Personagens interessantes;
- Atenção aos detalhes;
- Bugs que não atrapalharam na gameplay;
- Quantidade ok de atividades fora das missões.
Pontos negativos Hogwarts Legacy
- Falta de um modo foto;
- Falta do quadribol e duelo contra outros estudantes;
- Falta de história de fundo do nosso personagem.
Hogwarts Legacy já está disponível na Xbox Store com versões a partir de R$249,99.
Obs: Queremos agradecer a assessoria da Warner por nos ceder a cópia dessa análise.