The Texas Chain Saw Massacre é a comprovação de que é possível sim se reinventar dentro de uma fórmula clássica e consagrada. O novo jogo desenvolvido pela Sumo Nottingham é uma adaptação fiel do clássico filme de terror de 1974, trazendo uma ambientação opressiva, personagens caricatos e toda a tensão de estar vivendo em meio a esse inferno.
O jogo é um multiplayer isométrico com sete jogadores, na mesma fórmula que ficou consolidada em Sexta-Feira 13 (Friday the 13th), com o diferencial de aqui contarmos com três assassinos perseguidores e quatro vítimas.
No jogo você tem duas opções, jogar como parte da família, ou ser uma vítima. Como um dos membros da família, o jogador deverá escolher dentre 5 tipos de ‘Assassinos’, e acionando armadilhas, trancando portas e ativando mecanismos para dificultar a vida das vítimas que tentam fugir. Além, é claro, de caçar as vítimas dentro e nos arredores da casa.
Cada membro da família possui habilidades únicas, tal qual as vítimas, e que devem auxiliar na caçada, sendo o Leatherface o único personagem obrigatório nas partidas. A família também possui um quarto membro, que não pode ser controlado, mas ajudará o jogador a rastrear as vítimas desde que ele seja devidamente alimentado com sangue que encontramos no cenário. Mas, esse a gente deixa você descobrir quem é.
Agora posso falar que jogar como uma das vítimas não é fácil, mas aos poucos vai se transformando. Como um ‘fugitivo’ você deverá encontrar por ferramentas que serão usadas para abrir portas trancadas, além de procurar por fusíveis, geradores, além de estar sempre andando sorrateiramente para conseguir fugir enquanto planeja a sua rota.
Quando as coisas saírem do controle uma perseguição começa, as vítimas podem se esgueirar entre vãos que nem todos os assassinos conseguem passar, se esconder em arbustos, passar por buracos, além de se esconder em armários e freezers. E aqui também temos o diferencial de contarmos com alguns poços na parte externa do mapa, que praticamente nos dá um reinício a partida.
Uma adição muito bem-vinda e que permite a gente manter a sobrevivência até o fim. Ambas as equipes precisam ter um bom entendimento e devem se auxiliar constantemente para conseguirem cumprir com os seus objetivos. E para isso o jogo conta com chat de voz e texto.
O jogo até o momento conta com três mapas, tendo cada um deles três tipos de variações entre manhã, tarde e noite. Cada um deles é uma interpretação do que é visto no filme de 1974, sendo a casa da família a mais especial em termos de fidelidade. Tudo nela foi fielmente trabalhado e similar a película, nos deixando ainda mais imerso na vibe do jogo nos fazendo se sentir dentro daquela realidade.
Desenvolvido na Unreal Engine 5, o jogo conta com belos gráficos, riqueza de detalhes e é perceptível o carinho e a atenção da equipe em recriar um cenário que fizesse jus ao que vemos nos filmes ao mesmo tempo com que funcione bem em um jogo multiplayer.
Como todo jogo de terror o som é fundamental para passar tensão e imersão ao jogador. E aqui isso é feito com muito esmero, todos os sons são nítidos e limpos para se ouvir. Dando noção ao jogador sobre as coisas que estão acontecendo ao seu redor.
The Texas Chain Saw Massacre reúne muito do que deu certo em outros jogos assimétricos e acrescenta algumas idéias que são muito bem-vindas para o gênero. As partidas aqui fluem muito bem, trazendo consigo uma sensação única em momentos intensos além de uma grande satisfação quando vemos o nosso plano dando certo. O jogo é uma carta de amor ao filme que marcou uma geração, contando inclusive com cenas de bastidores.
Se você jogou (ou joga) Dead by Daylight, esse jogo com estilo ‘pega-pega’ onde o foco é concluir objetivos, você deve estar buscando por uma alternativa a altura. Não para trocar o DBD por completo, mas para ter uma segunda e novata alternativa. Posso garantir que fãs de DBD vão gostar de TCSM, porém, existe a chance do fator repetição não acontecer.
Digo isso, pois em DBD temos dúzias de Killers (alguns inspirados em grandes franquias como Ghost Face do filme Pânico ou o Nemêsis de Resident Evil), além de dezenas de mapas e personagens, cada um com suas características e habilidades. Neste caso, alguns podem sentir uma certa monotonia ao jogar todas as partidas e sempre ter que fugir do ‘Leatherface‘, enquanto DBD cada partida é uma emoção.
Entretanto, ainda é uma incógnita sobre como o estúdio irá conseguir manter o jogo visando a sua longevidade de vida, e quais serão os novos mapas e personagens que serão adicionados. A ideia de ser uma adaptação de um clássico do terror é ótima e eu como fã da franquia de filmes adorei, mas é um terreno um tanto escasso para se tirar conteúdo constante para um jogo online.
Positivo:
- Personagens e ambientação fiel ao filme
- Arvore de habilidades e perks recompensadores
- Desafios intensos para ambos os lados
- Registros originais dos bastidores do filme de 1974
Negativo:
- Ausência de um tutorial jogável
- Pouca variedade de personagens e mapas