Esse é mais um caso daqueles jogos que almejavam muito e conquistaram pouco. Atlas Fallen era um jogo ambicioso e era destinado a algo memorável que no fim do dia ficou a desejar em meio a tantos problemas e más execuções. Embora haja um vislumbre de inovação, o enredo carece de profundidade e impacto. Personagens vazios e um cenário que é dolorosamente clichê fazem com que o jogo seja uma experiência decepcionante.
HISTÓRIA
A história gira em torno de um deus do sol maligno chamado Thelos, que escravizou uma parte da humanidade chamada de Inominável para minerar Essência para ele, deixando o planeta seco e desamparado no processo. Para garantir que os Inomináveis permaneçam na linha, Thelos tem uma enorme quantidade de aliados patrulhando os resíduos que aterrorizam e fazem o terror frequente com a maioria dos cidadãos de Atlas. Assim, o jogador assume o papel de um inominável, fazendo parte de uma das caravanas de essência que alterou sua rota por ordens da Rainha. A caravana seguiu um caminho amaldiçoado, deparando-se com uma tempestade e um eclipse solar. Diante desse cenário os guardas fugiram, deixando muitos inomináveis à mercê do destino. Você é um desses indivíduos perdidos, junto com os poucos que restaram da caravana.
O roteiro e a sua construção do mundo são bastante atraentes e aprimorados por algumas informações interessantes espalhadas pelos itens colecionáveis do jogo. No entanto, a própria escrita da história principal e sua apresentação conseguem pegar essa premissa e torná-la em algo totalmente entediante.
GAMEPLAY
Ao contrário do que imaginei, Atlas Fallen não é um jogo totalmente de mundo aberto, mas sim dividido em áreas. São poucos mapas e a maior parte deles se resume em areia, muita areia. O estado em que o mundo Atlas se encontra, dominado pelos grãos de areia, tem a ver com o regime opressor do deus Thelos, principal inimigo do jogo.
A habilidade principal do protagonista é surfar nas areias, algo já disponível logo no início, já que essa é a principal forma de se locomover por Atlas. O jogo não conta com nenhum tipo de veículos ou montarias. Além disso, as áreas são grandes, então sem essa habilidade, demoraria muito para chegar de uma ponta a outra do maior mapa, por exemplo.
De todas as deficiências de Atlas Fallen, talvez a maior decepção seja o seu combate, que mostrou algum potencial, mas desmoronou e se tornou entediante rapidamente. A princípio, o jogo propõe uma abordagem interessante de combate com sua mecânica “Momentum”, que funciona como um medidor que vai aumentando gradativamente à medida que os jogadores acertam os inimigos. Quanto mais impulso o jogador cria, mais dano ele pode causar, mas a desvantagem é que os inimigos agora também atingem com mais força. Além disso, o medidor de impulso é dividido em três níveis, cada um dos quais desbloqueia novos bônus e vantagens que os jogadores podem usar para ajudá-los a lutar contra Wraiths, com a eventual capacidade de sacar todo esse impulso em um grande movimento final.
No papel, o sistema de impulso parece ser uma mecânica interessante de risco versus recompensa que desafiaria os jogadores a encontrar o ponto ideal de produção de dano para inserir a fim de maximizar a eficácia do combate. No entanto, isso nunca acontece assim. O que o impulso realmente acaba fazendo é tornar os momentos iniciais do combate especialmente enfadonhos, já que os jogadores causam significativamente menos dano do que fariam no nível três. E quando os jogadores estão realmente no nível três, não há razão para sacar esse impulso ou temer o dano do inimigo, porque a maioria das vantagens atenua qualquer dano recebido. No geral, a abordagem única de Atlas Fallen para combater acaba parecendo desigual, sem muita substância e, às vezes, pode até fazer o combate parecer uma tarefa árdua.
RESUMO
Atlas Fallen era um jogo promissor, fácil de ser vendido por contar com diversos elementos familiares e visual atraente. Mas nada do que este jogo se esforça para fazer acaba funcionando bem ou parece totalmente realizado. Entre uma história sem brilho repleta de dublagem genérica e sem alma e um sistema de combate que perde o ímpeto um tanto rápido demais, raramente há um momento em que este jogo pareça memorável ou que sequer valha a pena terminar. Há algumas coisas boas em sua superfície, claro. Como suas belas paisagens, visual e a interessante construção e estética do mundo, mas se você se arriscar em descobrir o que há além da superfície de Atlas Fallen verá que é apenas uma casca bonita mas completamente oca por dentro.
POSITIVO E NEGATIVO
Positivo:
- Visuais
- Paisagens
- Estética do mundo
Negativo:
- História apressada e desinteressante
- Combate entediante
- Falta de variação de mapas e biomas
- Dublagem tenebrosa