E começou a última parte, e a mais importante, da batalha Microsoft x FTC: as argumentações finais de ambas as partes.
O FTC deu o pontapé inicial, e começou dizendo que “encontrou provas significativas” para confirmar que a Microsoft limitará o acesso de grandes franquias da Activision Blizzard para outros concorrentes. No entanto, a juíza Corley pediu para citar jogos da ZeniMax que se parecem com o Call of Duty em termos de popularidade, e o órgão citou o The Elder Scrolls Online.
No entanto, a juíza enfatizou que o The Elder Scrolls Online é multiplataforma, e não tem tanto alcance quanto o Call of Duty. Ela também afirmou que a Microsoft ainda não confirmou o The Elder Scrolls 6 como um exclusivo do Xbox, então não pode calcular nenhum tipo de dano do seu futuro lançamento.
Após a fala da juíza, o órgão afirmou que a Microsoft poderá se beneficiar de “possíveis” adiamentos de jogos da Activision Blizzard no PlayStation, além de itens exclusivos da plataforma, algo que a Microsoft confirmou que não irá fazer. Após isso, a juíza afirmou que a Sony pode adquirir uma outra editora para bater de frente com o Call of Duty, e ainda citou o acordo de dez anos que a Sony recusou inúmeras vezes.
Após esse trecho, a juíza Corley perguntou se o mercado de jogos se resume apenas ao Call of Duty, e o órgão incrivelmente respondeu que “sim“. O órgão também argumentou que os jogadores poderão ser forçados a comprar um Xbox para terem acesso ao título mais recente da franquia, além da Microsoft conseguir impulsionar a plataforma ainda mais.
Depois dessa briga, a juíza Corley pediu mais informações sobre os dados do FTC que apontaram que 20% dos jogadores do PlayStation migrariam para o Xbox por conta de uma eventual exclusividade do Call of Duty. No entanto, o órgão admitiu que não tem muitos dados suficientes, algo que com certeza não estava planejado como uma resposta.
Ainda questionando sobre os dados, a juíza perguntou sobre como eles chegaram a conclusão que o Call of Duty é importante para o PlayStation, e o FTC citou o depoimento de Jim Ryan. A juíza também questionou o fato de que as pessoas que jogam CoD menos de vinte horas por ano estão inclusas nos 20% que trocariam de console, e surpreendentemente, o órgão não respondeu nada.
Após um toma-lá-dá-cá, a juíza começou a perder a paciência e continuou a pressionar o órgão sobre como chegar no número 20%. O órgão afirmou que usou dados compartilhados da geração porque ainda não existem dados suficientes da nova geração para serem utilizados no seu argumento.
Ainda tentando obter o número, a juíza afirmou que o número de donos de PlayStation que jogam Call of Duty é “bem baixo“, e disse que a franquia não é a maior geradora de receita da plataforma. Após esse trecho, a juíza começou a citar o relatório do especialista contratado pela Microsoft, Dr. Baily, citando os dados de horas gastas no Call of Duty.
Logo após esse trecho, a advogada da Microsoft, Dra. Wilkinson, argumentou que os dados do FTC “não fazem sentido”, e são apenas números induzidos. Depois disso, o FTC afirmou que o Call of Duty é uma franquia bastante popular, porém, a juíza interrompeu dizendo que muitas pessoas acabam comprando, mas não jogando por muito tempo.
Depois de finalmente conseguir os dados do número de 20%, a juíza começou a perguntar ao FTC o motivo do porque o Nintendo Switch e o PC não estarem no mesmo mercado que os consoles de ponta, já que não será obrigatório comprar um Xbox enquanto o Call of Duty estiver disponível no PC e Switch.
Para se defender, o FTC argumentou que um PC que roda Call of Duty sem nenhum problema “não é um PC qualquer”, confirmando que é necessário ter muito dinheiro para adquirir um. Após o órgão se defender, a juíza afirmou que um movimento também pode ser iniciado para abaixar o preço dos componentes, além de consoles como o Xbox.
Chegando ao fim da parte do PC, a juíza Corley pediu para que o FTC citasse o exemplo de uma aquisição de publicadora que havia sido barrada, e como já sabemos, isso nunca aconteceu, e o órgão não conseguiu apontar um caso parecido.
E após muito tempo, o Nintendo Switch voltou ao assunto principal. O FTC argumentou que todas as suas testemunhas apontaram que o console da Nintendo não se compara com um videogame da nova geração. No entanto, a juíza Corley destacou a diferença de preço e o fato de que muitos jogos que existem no Xbox Series X|S e Xbox One estão na plataforma da Nintendo.
Após passarmos pelo Switch, o FTC voltou a argumentar que a Microsoft removerá vários conteúdos da Activision Blizzard de consoles rivais. No entanto, a juíza disse que isso seria bastante improvável, já que isso poderia destruir a imagem da empresa. Além disso, o órgão também voltou a argumentar que a Microsoft poderia fazer “itens exclusivos” do Xbox.
Depois de discutirem sobre supostos itens exclusivos do Xbox, o FTC voltou a dizer que todos os acordos firmados com o Xbox precisariam ser “ignorados“. E ainda atacando os acordos, o FTC argumentou que não viu nenhum terceiro comemorando os acordos firmados com o Xbox. No entanto, a juíza lembrou que Eisler, da NVidia, comemorou o acordo, dizendo que ele permitiria uma maior competição com a Microsoft.
Após isso, a advogada da Microsoft, Dra. Wilkinson, tocou na ferida: ela relembrou que o Final Fantasy XVI não será lançado no Xbox, e comparou o game com o Minecraft. Além disso, ela destacou o testemunho de Satya Nadella, CEO da Microsoft, que argumentou que a Sony construiu o seu império com jogos exclusivos e exclusão de conteúdo em consoles terceiros.
Após um breve intervalo, o FTC voltou com os seus argumentos bizarros, e disse que “não está lá para defender a Sony, e sim para defender os consumidores“. Depois desse comentário, a advogada da Microsoft voltou a reclamar da Sony não enviar os kits de desenvolvimento do PS5 para estúdios do Xbox Game Studios, e a juíza complementou dizendo que a Sony nunca reclamou do atraso dos kits do Xbox para os poucos jogos multiplataforma do PlayStation Studios.
E supreendentemente, o FTC, que jurou não estar defendendo a Sony nesse caso, defendeu a decisão de não enviar os kits de desenvolvimento, e ainda sugeriu o não envio dos kits após a fusão com a Activision Blizzard ser finalizada (spoiler?). Após terminar de defender a Sony, o FTC argumentou que “aquele que começa a comprar todo o conteúdo acabará matando as outras plataformas dominantes“.
Agora voltando para o assunto dos jogos em nuvem, o FTC voltou a separar o mercado de streaming com o mercado clássico de jogos, uma tática que está usando desde o início dos julgamentos, e que está falhando. Segundo o FTC, os contratos são “absurdos”, e não devem ser levados em considerado, e ainda afirmaram que eles não trarão nenhuma vantagem pró competitiva. Caramba.
Em outra parte, a juíza Corley afirmou que se o Call of Duty for lançado no Xbox Game Pass e não no PlayStation Plus, a Sony terá uma grande motivação para melhorar o seu próprio serviço e seus games. Em outro trecho, a juíza afirmou que a indústria de jogos é dinâmica, e está sempre se alterando, ou seja, o Call of Duty não será o jogo dominante para sempre.
E como você notou, falamos várias vezes do Call of Duty, e a juíza começou a ficar irritada sobre isso. Segundo o analista Florian Mueller, que está na sessão, a juíza começou a se perguntar o porque de falaram tanto da mesma franquia.
Vamos começar a filtrar um pouco das informações e vamos para as mais relevantes. A juíza Corley citou um trecho da fusão da Warner Bros com a AT&T, onde ela foi aprovada porque apresentava vários benefícios econômicos.
“Onde está a análise? Isso simplesmente não está aqui… que porcentagem dos jogadores que estão por aí realmente comprariam o Xbox para que pudessem apenas obter um personagem exclusivo no Call of Duty?” disse a juíza Corley.
“Juíza Corley: Se todo mundo desistir de Call of Duty eles não terão o incentivo. Então, como descobrir o número de pessoas que preferem desistir da franquia do que comprar um Xbox?“
“FTC: Eu não sou economista, mas isso se baseia em olhar para o comportamento dos jogadores, com base na potencial exclusividade, além dos dados de comportamento de vendas de probabilidade.“
“Muitas pessoas compram jogos e jogam-nos uma ou duas vezes e depois nunca mais os jogam. Acho que estou tentando descobrir, estou olhando para os dados que o Dr. Bailey [especialista da Microsoft] disse que muitas pessoas compram e não jogam muito.” disse a juíza Corley.
ESSA NOTÍCIA SERÁ ATUALIZADA CONFORME NOVAS INFORMAÇÕES, ENTÃO SEMPRE ESTEJA POR AQUI E RECARREGUE A PÁGINA. FONTE DAS INFORMAÇÕES: FLORIAN MUELLER E THE VERGE.
Aproveite para conferir a nossa Lojinha Virtual, com dicas de TVs, Controles, Headsets, além de dezenas de produtos para você deixar seu cantinho Gamer do jeito que quiser.