O jogo é um desrespeito a todos aqueles que, assim como eu, são fãs assíduos das obras de Tolkien.
Quando eu soube da existência de um jogo do Gollum em produção eu tive uma confusão de sentimentos que iriam desde a curiosidade em ver como seria um jogo solo de um dos personagens mais famosos da saga Senhor dos Anéis com também um pensamento constante em minha cabeça que dizia “Qual a necessidade disso?”.
Mas estávamos falando sobre uma obra baseada no universo de Tolkien, um universo que de tão vasto e rico em detalhes, até mesmo uma história sobre a casa de um Hobbit teria um bom plano de fundo para ser explorado.
O tempo passou e enfim chegou o lançamento do jogo, sem muito alarde, com quase nada de marketing, um lançamento às escuras. E a recepção não poderia ter sido pior, todos estavam apedrejando o jogo. Eu decidi ignorar tudo o que foi dito e comecei a jogar para tirar as minhas próprias conclusões sobre o jogo para trazer a minha experiência com o jogo nessa análise.
A HISTÓRIA DO GAME
O jogo se passa no espaço entre os eventos da trilogia do Hobbit e o começo da Sociedade do Anel, contando a história do personagem após perder o Anel para Bilbo Bolseiro e ser capturado por Sauron, que o tortura e o libera na crença de que ele levaria seus asseclas àqueles que estão de posse do artefato. Gollum acabaria por ser capturado por Aragorn e sendo interrogado por Gandalf sobre o destino do Um Anel, ele deve revisitar seus momentos na Terra Média e contar como se tornou o braço de Sauron.
A história até possui um certo potencial mas é feita de uma forma ruim e altamente desleixada. Além de sofrer de uma repetição exagerada tornando entediante até para aqueles que só desejam saber da história do jogo. Muitas vezes a impressão é de que estamos girando no mesmo looping narrativo em diversos capítulos.
JOGABILIDADE
A jogabilidade de The Lord of the Rings: Gollum se baseia inteiramente em elementos de furtividade com plataformas 3D, no mesmo molde dos jogos que víamos aos montes na geração do primeiro Xbox. Tudo aqui é feito de forma tão simplória e repetitiva que não leva muito tempo até que você se sinta cansado de fazer as mesmas coisas repetidas vezes, isso quando enfrenta algum problema técnico que o impossibilita de avançar no jogo, eu falo disso depois.
Basicamente, o jogo se resume ao jogador percorrendo os ambientes seguindo uma lista de tarefas que lhe é fornecida a cada fase, como acompanhar determinado personagem ou coletar certos objetos. Enquanto isso, tenta se esgueirar em meio a orcs desatentos e de movimentação previsível, escala paredes, se esconde nas sombras, resolve puzzle simplórios e se equilibra em plataformas. Tudo feito de maneira linear, simples e chata.
A repetição e simplicidade é tanta que eu me questionei diversas vezes durante a minha jogatina o porque de eu estar persistindo naquilo que não haveria mudança.
GRÁFICOS E PERFORMANCE
De longe os maiores problemas desse jogo. Os gráficos são pouquíssimos detalhados, o modelo dos personagens parecem algo vindo diretamente da sexta geração de consoles. O cenário parece ter sido abandonado pelo desenvolvedor no meio do processo, com paredes sem texturas, efeitos bizarros de reflexo e iluminação e… bom, eu nem sei como dizer isso, mas que p#%! é aquela quando o Gollum está escondido?! O efeito de sombra transforma ele em uma criatura (ainda mais) medonha de se ver.
A sonoplastia do jogo parece ter sido inteiramente em algum app gratuito de celular, com sons estranhos e com uma sonoridade tenebrosa, tornando momentos em que o som de pisar sobre a grama fica mais alto que a voz de dois personagens conversando. Bizarro!
RESUMO
The Lord of the Rings: Gollum é um jogo que fracassa em tudo que se propõe a fazer, inclusive em existir. Um total descaso com o personagem que é tão famoso e emblemático para a saga e um total desrespeito com a obra de Tolkien e seus fãs. É tranquilamente a pior coisa que joguei esse ano e talvez seja a pior que joguei na vida.
NEGATIVO E POSITIVO
Negativo:
- Jogabilidade simples e pouco interessante
- Modelos horríveis de personagens
- Cenários feios graficamente e pobres em direção de arte
- Puzzles simples e óbvios
- Sonoplastia tenebrosa
- História se torna desinteressante muito rápido
POSITIVO:
- Nada