analise: get even
Um jogo insuficiente… Get Even nos ficou devendo.
A The Farm 51 foi ousada ao lançar Get Even. A intenção, como sempre, é das melhores, mas talvez um pouco mais de capricho poderia ter feito Get Even ser um jogo que fizesse jus ao seu potencial. Eu não me lembro de ter jogado nada parecido e, por mais que a análise seja de cunho pessoal, algumas coisas não puderam passar batidas, como as inúmeras falhas técnicas.
De positivo, fica a história de Get Even e um conceito que pode ser explorado no futuro. O forte, aqui , é a estória, algo que não vamos explorar na análise, mas ficam os registros do que nos agradou e do que não nos agradou neste game.
Roteiro confuso, estória boa
Ok, sabemos que o personagem principal é [Cole] Black, um ex-policial que está em um manicômio e que vai, por meio de suas memórias, desvendar uma série de crimes. Falar mais da história seria desonesto e acho que, mesmo não gostando tanto da experiência com o game, a narrativa é o que torna Get Even (um pouco) atrativo.
A questão, como cutuquei no intertítulo, é a maneira como tudo nos foi colocado durante a jogatina. Não sabemos se os primeiros minutos são um tutorial ou algo do tipo (aos poucos vemos que não), além de uma total falta de proximidade com Black, algo que, para um jogo single player é fundamental. Durante a maior parte do gameplay, pouco se vê de sua face. Só ouvimos a sua voz e a de Red, uma espécie de guia de Black, que o auxilia enquanto as memórias e evidências vão aparecendo.
A ideia de roteiro é boa, mas tem inúmeras pontas soltas e muito mal explicadas. Colher todas as evidências do jogo ajudam a entender melhor, mas, mesmo assim, chega uma hora que a falta de informações – somada à atmosfera do jogo- te sufoca. É muita volta.
Uma arma e um celular
Eu classificaria Get Even como um thriller psicológico. Mas, nos deram uma arma, então, logo pensei: é um jogo de tiro. Mas, bem… não é. Sair metendo bala em Get Even pode ser prejudicial à maneira como você avança no game. O ideal, é avaliar cada confronto e ser furtivo. Vasculhar e explorar é uma das virtudes em Get Even, para isso, seu celular é o seu melhor amigo durante o gameplay. Ele possui aplicativos que vão desde uma lanterna-UV até um sensor de calor. Há, também, um mapa, algo raro nos games fps de hoje em dia.
A mecânica de tiro se mostra bem justa e precisa, principalmente após a aquisição de um projeto de arma mais robusto, que acontece logo nos primeiros momentos do jogo. A arma, aliás, é uma maneira de entender em qual momento o jogo está se passando, já que, por vezes, Black segura apenas um revolver. Detalhe: sempre com silenciador, o que comprova o que dissemos acima sobre a maneira como ‘mataremos’ os inimigos.
Resumindo: Get Even é um jogo COM tiro onde você atira pouco. E isso incomoda. A movimentação do personagem é um pouco limitada. Sendo possível apenas usar a arma e o celular, correr e olhar para os lados. Não existem pulos e escaladas em Get Even.
Voltamos aos anos 90?
Os momentos de confronto bélico em Get Even são poucos, mas interessantes. No entanto, uma coisa me espantou e, ao mesmo tempo, ajudou a me localizar: algumas das vezes em que matamos alguém, essa pessoa desaparece da sua memória. Em outras, como no manicômio, o cadáver fica lá estirado. Fiquem atentos a isso.
Outra coisa que me espantou, mas de maneira negativa: dei um tiro bem no meio da fuça do cidadão. Cadê os ferimentos? (Vejam na imagem)
Os gráficos, apesar de terem uma bela fotografia e serem propositalmente escuros, são feios e com poucos detalhes quando se presta realmente atenção. Em um jogo onde você vai bisbilhotar e dar muito zoom, isso é uma falha grave. A ambientação, no entanto, é um dos pontos fortes do jogo, mesmo com essa feiura. Em Get Even você convive com o suspense e, talvez, a aflição seja a sensação que você mais vai sentir aqui. Seja pelo tom escuro, seja pelos sons e efeitos sonoros que são despejados, seja pela “falta do que fazer”.
Conclusão
Se você espera ação, fuja de Get Even. Por mais que a estória seja boa, o jogo não é atraente o suficiente para te prender nele, muito em função de seus problemas técnicos e de sua progressão lenta e sufocante. Jogo single player, nos dias de hoje, precisam mais do que vimos em Get Even.