Shiness The Lightning Kingdom é um mangá vivo e traz tudo o que um RPG precisa
Confesso não ser um entusiasta do gênero RPG. Apesar de Pokémon, tanto no Game Boy quanto no 3DS, ser a franquia na qual eu possua mais horas jogadas na vida, considero que hoje, nos altos dos meus 28 anos e com inúmeras obrigações, um RPG não seja algo com o qual eu possa me dar ao luxo de cortar horas da minha semana para desenvolver. Ao receber Shiness: The Lightning Kingdom, matei duas coisas em uma só tacada: a saudade de jogar um bom RPG e de ler um bom mangá.
Shiness: The Lightning Kingdom traz o felino Chado, um jovem Waki, que está em busca da “Land of Life”. Neste local é que estão os “Shi”, a magia que governa este mundo. Nessa jornada, Chado encontra um espírito que apenas ele consegue ver, chamado Terra, que será o seu guia.
Nessa caminhada, ele se unirá a Poky, quem caiu nesse mundo junto com ele, Rosalya, Askel e Kayenne. E é com essa equipe que a missão de Chado será posta: acabar com uma guerra entre os reinos de Adorya e Adorn.
Bons combates e excelentes cut scenes
Logo de cara, uma das coisas que me impressionou em Shiness foram as cut scenes. Ao invés das animações, foram colocadas páginas de mangá, que contaram de maneira muito precisa a história do jogo e seu andamento. Evidente que não se trata de um jogo que contém um primor técnico e gráficos extremamente polidos, mas, esse “mangá” cai bem em Shiness.
O mesmo posso dizer dos combates. O iniciar o jogo, pensei em algo parecido com turnos, mas, o que vi foi uma boa luta no melhor estilo beat’em up. Combos e magias podem ser utilizadas e o sistema de evolução dos personagens é bem detalhado e vasto, dando muitas opções de customização da força e poderes auxiliares. Há, também, as funções que os personagens “na espera” podem fazer durante o combate, como regeneração da barra de vida, por exemplo, muito útil em dados momentos. Cada personagem também possui uma habilidade única, que servirá para solucionar os diversos puzzles que aparecem na campanha.
As lutas possuem um ritmo bom, mas, às vezes dão algumas picotadas, muito em função da péssima câmera. É o segundo jogo seguido da Focus Home que analiso com câmeras ruins. Na ideia de trazer uma jogatina parecida com os anos 90, algumas produtoras têm trazido, também, os defeitos da época. Faltou capricho nisso.
Você pode carregar cinco personagens, mas apenas três podem ser utilizados na luta. Podem, também, ser trocados a qualquer momento.
Gráficos e som
Volto a dizer, não é um primor, mas, Shiness entrega um bom visual. Não ser um game de mundo aberto – podemos dizer que é semi-aberto – ajudou e, em dados momentos, as paisagens são bem bonitas. Sobre o som, não me agradou muito na hora do combate. Mais uma vez me dando a impressão de um jogo antigo. Enquanto é um jogo estilo “plataforma”, a sonorização vai bem.
Progressão e nível de dificuldade
Com alguma dedicação razoável, se aprende rápido a evoluir em Shiness. O game não possui um nível de dificuldade absurdo, no entanto, se não houver o mínimo de preparo e planejamento para as batalhas, seu progresso pode – e deve – ser prejudicado. Prestar atenção nos diálogos, para alguns, pode ser bem difícil e chato, pois o game não possui localização para o Brasil.
Os puzzles, como citei acima, aparecem em vários momentos da campanha e, para solucioná-los, é preciso fazer uso de um personagem mais adequado, como vocês podem ver no vídeo abaixo.
Conclusão
Com algumas ressalvas, Shiness pode se tornar peça obrigatória para os amantes do RPG. O game possui todas as características necessárias para um game do gênero. A concorrência é pesada, mas, por ser uma opção mais em conta, torna-se uma grande alternativa. Shiness: The Lightning Kingdom está disponível na Microsoft Store por R$89,00.