Tom Clancy’s Ghost Recon: Wildlands é mais um jogo que mostra como a Ubisoft realmente é uma das produtoras que atualmente mais abraça a idéia de “mundo aberto”.
Apesar de games, mesmo para uma empresa como a Ubisoft, serem uma aposta arriscada devido a inúmeros fatores, a empresa resolveu encarar o desafio e transformar uma franquia como Tom Clancy’s, que conquistou uma legião de fãs, em um jogo de mundo aberto, o que mostra que a Ubisoft está disposta a ir cada vez mais longe. Se o risco valeu a pena? Você confere agora na nossa análise. Análise Ghost Recon: Wildlands
Tom Clancy’s Ghost Recon: Wildlands é um shooter tático de mundo aberto em terceira pessoa que nos dá a opção de tiro em primeira pessoa ao apontar a arma. Os jogadores jogam como membros do “Ghosts”, uma unidade de operações especiais de elite do exército dos Estados Unidos, e estão subordinados ao chamado “Comando de Operações Especiais Conjuntas”. Os agentes tem uma única missão. Desmantelar o Cartel Santa Blanca e acabar com sua rede extremamente bem organizada de tráfico de drogas e armas.
A HISTÓRIA
Julho de 2019, Bolívia. O país se tornou cada vez mais instável com a influência cada vez maior do cartel. O Santa Blanca, que antes era um pequeno cartel mexicano, cada vez mais poder e influência no país até o ponto onde a Bolívia se transforma em um narco-estado e o maior produtor de cocaína do mundo. O aumento desse poder preocupa o governo dos Estados Unidos, uma vez que a influência do Santa Blanca começou a se espalhar para além da Bolívia. O governo norte-americano resolve agir quando uma bomba ataca a embaixada dos Estados Unidos em La Paz.
O alvo é um agente da DEA, Ricardo “Ricky” Sandoval. O agente escapa do atentado mas é sequestrado, torturado e morto pelo Santa Blanca. Inicia-se a operação “Kingslayer”, uma operação conjunta entre a CIA, a DEA e o JSOC. O Exército dos Estados Unidos envia um grupo de agentes da unidade de operações especiais de elite chamada “Ghosts” para destruir o cartel e revelar a conexão entre Santa Blanca e o governo local. A equipe Ghost é composta pelos agentes “Nomad” (Ghost Leader), “Midas” (Tactical Gunner ), “Holt” (Engineer), e “Weaver” (Sniper). Eles se encontram e são trazidos para a área da missão na Bolívia em um helicóptero, juntamente com seu contato da CIA, Karen Bowman, que também era amiga do agente Sandoval.
Quando pousam na província de Itacua encontram-se com Pac Katari, líder de um pequeno grupo de resistência local, a única resistência contra Santa Blanca. Pac Katari lhes dá sua primeira missão. Os Ghosts precisam recuperar um homem chamado Amaru, um homem cujas ideologias o inspiraram a fundar o “Kataris 26”, que havia sido capturado pelo cartel. Após esta missão, os Ghosts tem a liberdade para atuar da forma que quiserem para enfrentar o poderoso Santa Blanca.
Mas atingir esse objetivo não será uma tarefa simples. O cartel é muito bem organizado e funciona como uma engrenagem. A hierarquia é um dos maiores bens de Santa Blanca. Para atingi-lo será preciso destruí-lo por dentro, acabando com suas operações em 4 grandes pilares.
Ghost Recon: Wildlands
A fundação do Cartel de Santa Blanca é a produção, o ramo que lida com as matérias-primas usadas para construir o império do cartel. Esta operação realiza cada passo de transformar uma folha de coca em sua contraparte branca.. Para alcançar essa magia, a produção utiliza uma grande rede de campos de coca, laboratórios e esconderijos, e os capangas de Santa Blanca supervisionam o trabalho dos cocaleros, para garantir que eles atendam às demandas de produção por meio de ameaças e extorsão.
A produção é liderada por El Yayo (o avô), um ex-cocalero que se tornou um produtor de cocaína. Anteriormente um líder sindical da coca, El Yayo é o boliviano de mais alto escalão dentro de Santa Blanca.
Ghost Recon: Wildlands
O ramo de influência gerencia o recrutamento e a imagem pública do cartel manipulando a religião, corrompendo a educação, controlando a elite e até operando uma organização não-governamental humanitária. Os líderes de influência são frequentemente encontrados em igrejas, mosteiros, santuários e acampamentos de ONGs, pregando palavras de El Sueño e tentando converter pessoas para o culto de Santa Muerte. Sua missão é sutil mas clara: propagam todas as terríveis ações de Santa Blanca como atos divinos, fazendo as pessoas acreditarem que El Sueño é um santo que realmente se preocupa com seu bem-estar. Apesar de suas doces mentiras, algumas das ações do cartel são demais para as pessoas aceitarem.
El Cardenal é responsável pelo ramo de influência, e é o conselheiro espiritual direto de El Sueño. Excomungado pela Igreja Católica por pregar a doutrina de Santa Muerte, sua formação religiosa o torna perfeito para conquistar os corações e mentes das pessoas. Apesar de sua aparência tradicional, El Cardenal também está muito consciente do papel crucial das comunicações de massa para divulgar a propaganda do cartel. É por isso que ele conta com o bom falar, DJ Perico, o DJ oficial do rádio Santa Blanca e seu adepto, para comunicar seus ensinamentos. Da mesma forma, El Chido, um cantor de Narco-Corrido, acrescenta a música a uma máquina de propaganda finamente sintonizada, tocando músicas épicas sobre El Sueño e suas supostas façanhas.
Tráfico
O tráfico trata da lavagem de dinheiro, da embalagem e do transporte dos produtos finais dentro e fora do país. Eles possuem plantas de processamento, estações de transporte, ferrovias e aeroportos. O tráfico faz com que o produto sempre siga para onde exista demanda, e eles usam as formas mais duvidosas e criativas para enviar seus produtos para satisfazer essa demanda. Ar, terra, mar – e mesmo sob o mar – nada pode impedi-los.
Nidia Flores, a destemida rainha da beleza, é a cabeça do tráfico. Inteligente e manipuladora, Nidia governa o negócio de transporte de drogas com eficiência junto com sua mão direita, El Boquita.
Segurança
A segurança assegura-se de que cada divisão do cartel Santa Blanca possa operar totalmente blindada, lutando contra os rebeldes de Pac Katari e as forças de La Unidad do governo boliviano. Suas funções também incluem a proteção de embarques de drogas e dinheiro para manter o fluxo de negócios do cartel. Este ramo está fortemente armado e muitas vezes opera em postos avançados, casas do sicário, prisões, acampamentos e postos de controle rodoviários. Se você se tornar um problema para o cartel, você receberá uma visita da segurança e certamente não será agradável. Basta orar para que você acabe morto em vez de ser torturado em uma de suas prisões.
El Muro (o Muro) é o chefe da segurança. Guarda pessoal e amigo de infância de El Sueño, ele é frio e profissional, e é o equivalente Ghost do cartel. Seu irmãozinho, La Plaga, trabalha em conjunto com ele.
Toda essa rede organizada é conduzida pela mão de ferro de El Sueño.
Apesar de seu papel principal no desenvolvimento do Cartel Santa Blanca na Bolívia, pouco se sabe sobre a história de El Sueño. Mesmo seu nome verdadeiro é desconhecido. Apenas a lenda sobrevive: um menino que deixou sua aldeia mexicana com 11 anos, com a ambição de se tornar um rei.
El Sueño começou aos 12 anos como um sicário para o cartel. Alguns anos depois, teve uma visão de La Tierra Sagrada, a Terra Santa. Após o recrutamento de Nidia Flores, ele decidiu mudar o cartel para a sua própria fonte de tráfico: A Bolívia.
Sua ambição era mostrar a seu povo “a verdade” que recebeu da Santa Muerte. Ele escreveu uma nova bíblia para seus seguidores contando a história abençoada do Cartel Santa Blanca.
Em 2008, formalmente fundou o cartel.
Brutal e religioso, El Sueño é um líder brilhante. Introvertido e reflexivo, ele instila lealdade naqueles que o conhecem. O cartel constrói escolas e igrejas, e oferece empregos para aqueles que seguem seu líder. No entanto, ninguém deve desafiá-lo.
Quando trouxe Santa Blanca para a Bolívia, El Sueño ofereceu aos civis uma escolha: “Prata, ou chumbo”: ou eles trabalham para ele, ou ele vai matar todos aqueles que eles amam.
El Sueño é um homem de muitas contradições: religioso e violento, caridoso e brutal. Um homem que abertamente admite cometer assassinato em massa, mas alega que nunca mentiu sobre nada. Sempre.
JOGABILIDADE
O principal atrativo de Tom Clancy’s Ghost Recon: Wildlands encontra-se em seu mundo aberto que está cheio de missões, itens para recolher e segredos para descobrir. O potencial é enorme e levará várias horas de jogo para o game ser explorado em detalhes. No entanto, não significa que a exploração em si é divertida, especialmente jogando sozinho. O jogo apresenta um modo off-line que basicamente dá ao jogador um grupo de membros controlado por IA, que funciona relativamente bem. O multiplayer é um componente importante do jogo e, felizmente, a Ubisoft se assegurou de mantê-lo o mais perfeito possível. Inicialmente jogando sozinho, percebemos que, apesar de não comprometer seriamente a experiência solo, a IA de seus parceiros deixa um pouco a desejar e, em algumas situações, graças as escolhas limitadas de comando da equipe que o jogo nos oferece, a própria IA faz com que nossos “amigos” cometam vacilos que sabotam completamente nossa missão. Felizmente existe o ótimo modo multiplayer e jogar co-op com os amigos torna a experiência muito mais satisfatória. Isso torna as coisas mais fáceis e divertidas, pois criar estratégias e discutir táticas com os amigos antes de avançar com tudo pra cima de uma base lotada de inimigos fica bem mais interessante.
Ao iniciar o game, o jogador deve personalizar eu personagem. Rosto, cabelo, cor dos olhos, etc; Além de escolher itens para sua vestimenta. Blusas, calças, botas, mochila e chapéus. Mas a personalização não pára por aí. Além de tudo isso, o jogador ainda pode definir cores/camuflagens para cada item separadamente. Acabou? Não! Existem muitas opções de de visuais pré-determinados também (do The Division, que saiu recentemente, combina perfeitamente com o clima boliviano!). Escolheu tudo? Ficou do jeito que você queria? Agora vamos para a ação.
Os comandos e controles e no jogo são relativamente simples seguindo o padrão de shooters conhecidos. A quantidade de armas e equipamentos é enorme e permite que o jogador escolha como jogar de acordo com o que mais lhe agrade. Em grupo, por exemplo, existe aquele amigo que encarna o sniper do time? Ótimo, pois o jogo consegue dar essa opção. Você é mais o estilo “chutar a porta e distribuir balas pra todos os lados”? Ótimo também. Basta encarnar o personagem. Armas e equipamento para dar suporte a qualquer escolha, não vão faltar. Além disso, existem muitas peças de armas espalhadas pelo mapa que podem ser usadas para personalizar seu arsenal. Silenciadores, miras, punhos, trilhos. Tudo disponível para sua equipe encarar o Santa Blanca de igual pra igual. Tudo pode ter o visual personalizado.
Além das armas existem muitos gadgets para serem usados. Granadas, explosivos remotos, C4, iscas de distração são alguns deles. O arsenal é grande, mas ainda existe um componente tático que, muitas vezes, vai roubar a cena. Seu drone. Além da óbvia vantagem tática de explorar o terreno antes de invadi-lo, o drone é capaz de “marcar” posições inimigas, desestabilizar componentes elétricos, causar uma auto explosão que pode ser usada de diversas maneiras para adquirir vantagem tática (experimente derrubar um helicóptero no ar explodindo seu drone dentro dele..), além de possuir visões noturna e térmica. Uau!! Isso é demais né? Mas como tudo na vida tem seu preço, a utilização do drone está limitada por alguns fatores. Além de ter uma distância restrita, existe um tempo pré determinado. Nada que não possa ser melhorado ganhando experiência e coletando medalhas do cartel, quedão pontos para serem usados em um menu específico para melhorar componentes táticos do seu personagem e do grupo como resistência, tempo de recuperação, tempo de espera do drone, capacidade de destruição de veículos, blindagem, além de atribuir novas funções táticas tanto da equipe quanto do próprio drone.
O mapa é gigante e existem muitas (mas muitas mesmo..) coisas para fazer. Além das missões principais existem as missões secundárias que precisam ser realizadas para obter cada vez mais ajuda da galera do Pac Katari. Essa ajuda é imprescindível na luta contra o cartel, uma vez que é possível desbloquear, por exemplo, um ataque específico em área escolhida pelo jogador, entrega de veículos, exploração de uma determinada área e ajuda da resistência local no ataque. É tanta coisa pra fazer ao mesmo tempo que depois de um certo tempo, essas missões secundárias ficam muito repetitivas. Apesar de muita quantidade, há pouca variedade. O jogo não segue uma linha determinada de missões principais e, exatamente por isso, ficar repetindo as mesmas missões secundárias em áreas diferentes enjoa.
Mas não basta apenas cumprir missões paralelas. Assim como as melhorias da árvore de habilidades, algumas melhorias estão ligadas ao gasto de componentes específicos. É aqui que entra a importância do fator de exploração do game. Por exemplo, existem diversos tipos de missões onde será preciso roubar um avião com alimentos para o grupo de Pac Katari e deixá-lo em um determinado lugar. Feito isso, serão somados pontos que funcionam como uma moeda de troca que são divididos em 3 categorias diferentes. Cada nova habilidade/melhoria, para ser desbloqueada será preciso, além de pontos de habilidades, uma determinada quantidade de desses pontos. Eles podem ser obtidos concluindo missões ou marcando suprimentos espalhados pelo mapa. Também existem muitos arquivos de informações sobre as atividades do cartel e seus asseclas, informações e curiosidades sobre alvos específicos e até lendas locais que mostram um pouco mais da cultura do país.
O mapa é enorme (acho que já falei isso..) e dividido por áreas que são dominadas cada uma por um grupo diferente do Santa Blanca. Essas áreas, além de características únicas, possuem dificuldades diferentes que podem ser vistas acessando o mapa. Ao chegar em uma nova área, a agente Bowman dá informações prévias sobre o local e sobre como o cartel age naquele local. A partir daí será possível explorar a área para obter informações dos inimigos. Cada nova informação leva a um “chefe” específico e cada um deles tem sua própria personalidade mas independente disso, será preciso encontrá-lo e, na maioria das vezes, eliminá-lo. Quanto mais “chefes” são eliminados, mais próximo os Ghosts ficam da elite do cartel.
Para se deslocar pelo mapa, podemos utilizar vários meios de transporte como automóveis, barcos, helicópteros e até blindados. Mas dirigir na Bolívia é um pouco estranho. A física dos veículos não tem muito compromisso com a realidade, portanto é possível (e muito provável) que a regrinha da “a menor distância entre dois pontos é uma reta”, seja amplamente utilizada. Seguir as estradas, muitas vezes estreitas e sinuosas, vai ser chato. Portanto, se estiver em um automóvel, a opção de acelerar em linha reta passando por cima de cercas, pedras e capotar muito curtindo uma paisagem nas montanhas é uma opção válida para aqueles que não tem muita paciência. Aliás dirigir a noite sem um óculos de visão noturna realmente pode ser um problema. Por isso eu recomendo sempre um helicóptero por perto.
O combate é outra parte que devemos analisar com cuidado. Assim como em shooters conhecidos, em Tom Clancy’s Ghost Recon: Wildlands a ação do combate é intensa. Com o objetivo definido, a maneira como enfrentar os sicários do cartel fica completamente a escolha do jogador. Determinadas missões serão mais facilmente realizadas de forma mais furtiva, mas isso não impede o jogador de descer de helicóptero bem no meio da base inimiga e sair dando tiro feito um maluco. Independente da escolha, sempre que o combate acontece, a ação é frenética e se não houver um mínimo de cuidado a morte é certa. Falando em morte, o jogo te dá apenas uma oportunidade de se salvar ao ser derrubado pelo inimigo. Ao tombar pela primeira vez, abre-se uma contagem de tempo para que seu personagem possa ser salvo por alguém da sua equipe (Nesse caso, ás vezes é melhor confiar na IA dos parceiros do que no seu amigo do outro lado do headset..). Se for salvo e tombar novamente, a missão acaba e é game over. Agora se não aparecer uma alma boa para salvá-lo e o tempo acabar, o seu personagem será “respawnado”(existe essa palavra?) em um local próximo da missão.
Todos os componentes táticos podem ser explorados durante o combate. Se você confia no seu amigo sniper, peça-o para eliminar o sniper adversário na torre da base para permitir que ninguém seja visto invadindo o local. Atacar a noite realmente trás uma vantagem tática, afinal você poderá surpreender muitos inimigos dormindo. A IA dos inimigos varia muito. Quando estão te caçando eles são implacáveis mas muitas vezes, principalmente jogando sozinho, seus aliados dão de cara com soldados inimigos e eles simplesmente ignoram. Além disso, muitas vezes que a situação ficar feia, é possível correr pra longe do locar como ratos e se esconder covardemente até a poeira abaixar e os inimigos esquecerem que foram atacados.
Um fator que incomodou um pouco foi a presença do exército boliviano. La Unidad parece ser onipresente e inúmeras vezes nosso grupo, depois de discutir e detalhar tudo que era para ser feito, na hora do ataque é obrigado a enfrentar o cartel e os insuportáveis soldados da Unidad. Apesar desses caras atacarem o cartel, eles atrapalham muito nossa missão trazendo mais uma preocupação na hora do combate. Outro detalhe, assim como funciona com a polícia em GTA V, quanto maior o nível de perigo que os Ghosts representam, maior e mais intensa será a perseguição a eles. Chega a um ponto onde a missão acaba ficando comprometida simplesmente porque os caras da Unidad meteram o nariz onde não foram chamados. Ao contrário dos sicários do cartel, La Unidad conta com soldados mais bem armados e mais agressivos. Portanto, um problemão. Quando puder, evite-os.
No geral, o combate flui muito bem. Abusar de covers, estratégias e armamentos para atingir o objetivo, obrigando o jogador a abrir mão de todos os recursos disponíveis dá uma sensação de liberdade incrível.
GRÁFICOS E SOM
Visualmente, Tom Clancy’s Ghost Recon: Wildlands é um jogo lindo. Apesar de existirem inconsistências visuais como detalhes a distância ou aliasing. Percebe-se, não constantemente, alguns problemas de renderização. A ambientação é espetacular, mostrando uma Bolívia viva. Natureza, clima, sociedade. Apesar de não ter tantos detalhes, os lugares para se explorar são muto diversificados. Cidades, montanhas, desertos de sal, cavernas. Tudo muito lindo mas muito pouco detalhado. Já o design das armas em detalhe são pontos positivos, assim como de equipamentos e itens de personalização. O gráfico é bonito mas nada de surpreendente. As paisagens chamam a atenção e é possível visualizar lindos efeitos como o pôr do sol ou um lindo amanhecer em uma base nas montanhas. Considerando que o jogo é enorme e tecnicamente ambicioso, a Ubisoft conseguiu entregar um trabalho gráfico muito competente.
Quanto aos efeitos sonoros também não a nada a se destacar. Seguindo o padrão de outros jogos, o game faz um bom trabalho geral em efeitos sonoros de explosões e tiros, mas derrapa um pouco quando o assunto é a trilha sonora que muitas vezes passa despercebida. Já a localização do jogo ficou muito boa. Algumas vozes ficaram perfeitas em alguns personagens e conseguem transmitir claramente a emoção do que está acontecendo. O ponto negativo aqui vai para o carinha do contato do rádio da Unidad que depois de um tempo você passa a fazer de tudo para não ter que entrar em confronto com os caras só pra não ser obrigado a ouvir o “perdemos lo contato con los inimigos”. O sotaque boliviano, muitas vezes forçado, não incomoda tanto quanto esse maldito.
Já a rádio do DJ Perico, além de trazer músicas locais e músicas do estilo Narco-Corrido, o próprio DJ solta pérolas espetaculares. Dirigir até um local ouvindo o divertido DJ recomendando o uso de camisinha para os sicários do cartel foi hilário. O cara manda muito. Diversão certa.
MULTIPLAYER
Um aspecto digno de elogio é o matchmaking do game. Tom Clancy’s Ghost Recon: Wildlands como dito anteriormente, pode ser jogado sozinho com uma equipe até competente controlada pela IA mas a cereja do bolo com certeza é a experiência proporcionada no multiplayer. E isso funciona muito bem. Juntar os amigos é muito fácil. Com um menu simples que mostra quais amigos estão online no jogo, basta um toque no botão para convidá-lo a se juntar a partida. Tudo flui muito bem e até mesmo os loadings são rápidos o suficiente para poder contar com um amigo bem no meio de uma missão.
Mas como nem tudo são flores, o multiplayer, apesar de ser a melhor experiência do game, apresenta problemas. Sim meus amigos, os temíveis bugs estão presentes por toda parte. Mesmo que não aconteçam constantemente, eles estão lá prontos para aparecer a qualquer momento. É frustrante combinar uma incursão com os amigos, onde sua parte é descer de pára-quedas e, na hora de escapar do lugar o pára-quedas continuar grudado na traseira de uma moto atrapalhando a visão da bendita estrada. Ou até mesmo tentar subir em um helicóptero e ele te atropela porque “do nada” ele resolve andar sozinho. Como disse, não acontece constantemente (ainda bem..) mas acontece. E quando acontece é um salve-se quem puder.
DESAFIO
Tom Clancy’s Ghost Recon: Wildlands não é um jogo desafiador, mas nem por isso chega a ser fácil. Graças a característica tática do jogo, a preparação para determinadas missões é essencial, principalmente no multiplayer. Uma escolha errada ou um mal posicionamento pode fazer de uma simples missão de defender um aparelho de transmissão de rádio em algo bem frustrante. O mapa dividido por áreas e níveis de dificuldade ajuda a escolher melhor o que fazer e administrar a relação entre o desafio e as capacidades da equipe de enfrentá-las.
Os controles simples ajudam muito na hora de escolher gadgets ou as armas mais adequadas para determinadas situações. Isso tudo aliado a uma IA limitada dos inimigos faz do desafio algo que não oprima o jogador. Apesar de que, inúmeras vezes uma missão extremamente simples possa ficar complicada graças a componentes inesperados como um bendito helicóptero a Unidad sobrevoando o local bem na hora do tiroteio. Mas essa imprevisibilidade aliada a liberdade de agir conseguem dar um toque ainda mais divertido ao game. Com uma equipe afinada será um longo e divertido passeio pela Bolívia, já com uma galera que coopera menos passar alguns desafios será bem mais complicado. A característica cooperativa do jogo é a chave para vencer o cartel.
Jogando sozinho, as coisas podem parecer um pouco mais complicadas. Já que, apesar de ajudarem bastante, depender da IA dos aliados para algumas missões pode ser complicado e partir para o ataque e resolver tudo sozinho pode ser a melhor alternativa.
VEREDITO
Tom Clancy’s Ghost Recon: Wildlands nos apresenta um mundo aberto com uma história legal e um mapa repleto de lugares para explorar. O combate frenético aliado a características táticas e a liberdade de ação são fatores a serem destacados positivamente, assim como o multiplayer que funciona lindamente. Mas o jogo derrapa em alguns pontos onde não deveria. Apesar de uma boa história, fica difícil se preocupar ou se apegar aos personagens principais. O jogo entrega muita exploração, combates quentes e uma jogabilidade decente mas peca em fazer de seu mundo aberto um lugar que, depois de algum tempo se torna o mais do mesmo. Apesar das falhas e alguns bugs, Wildlands é tecnicamente sólido e divertido. Sozinho ou com um grupo de amigos, vale a pena visitar a Bolívia.
Prós
- História consistente
- Multiplayer
- Ótimos gráficos e ambientação
- Combate frenético
- Bom nível de desafio
- Exploração
- DJ Perico
Contras
- Missões secundárias repetitivas
- La Unidad
- Trilha sonora fraca
- Bugs
A edição Standard de Tom Clancy’s Ghost Recon: Wildlands está disponível na Microsoft Store por R$ 199,00 reais, na Playstation Store por R$ 199,00 reais e na Steam por R$ 159,99 reais.