A História
A história de Final Fantasy XV começa no mundo de Eos onde existe um único artefato com extremo poder de banir toda a escuridão do mundo, conhecido como O Cristal.
O misterioso artefato ficou por anos sob a guarda do Reino de Lucis. Ao chegar a um acordo de paz com o estado de Niflheim, o Rei Regis, soberano de Lucis, regozija-se por ter finalmente acabado com a guerra fria. Suas celebrações entretanto, são prematuras. Usando uma suposta amizade, Niflheim covardemente ataca o Reino de Lucis dissipando o “runewall anti-armamento”, um escudo que protegia todo o reino dos ataques inimigos, e lança uma invasão em grande escala ao reino. As vidas pacíficas que o príncipe herdeiro Noctis Lucis Caelum e seu séquito conheciam foram consumidas pelas chamas da guerra.
O Rei Regis, na verdade com o objetivo velado de afastá-lo do ataque iminente, envia seu herdeiro para que ele se encontre com a sua noiva Lunafreya Nox Fleuret e o casamento entre os dois aconteça a fim de selar a paz entre o Reino de Lucis e a província imperial de Tenebrae. O soberano se despede de seu filho pedindo aos amigos que nunca o abandonem.
Lunafreya ou Luna é conhecida como o “Oráculo” e é reverenciada pelo povo de Tenebrae. Ela é a única que detém o poder de falar com os deuses (Astrals), e é a mais jovem da história. Apesar de estar sobre o controle de Niflheim, Tenebrae tem certa autonomia política graças a ela.
Os Astrals, também conhecidos como “Os Seis”, são invocações que existem em Final Fantasy XV. São seres colossais que protegem Eos dos seres humanos. Apesar de apenas Lunafreya ter o poder de se comunicar com eles, só podem ser invocados por Noctis depois que ele forja um pacto com eles. Os Astrals são adorados pela população de Eos. Essas poderosas divindades são manifestações físicas do poder das estrelas, são conectados à criação e às deidades do mundo. Eles são criaturas inteligentes que têm suas próprias agendas, falam uma linguagem única e desempenham um papel integral no universo de Final Fantasy XV. Indiferente aos assuntos humanos, o comportamento de Astrals não pode ser interpretado porque seus padrões de pensamento transcendem a compreensão da humanidade.
O príncipe Noctis parte de sua terra natal sem saber que a guerra se aproximava dos muros de Lucis. A aventura dos 4 amigos começa e alguns dias depois eles recebem a trágica notícia do ataque de Niflheim. Noctis fica sabendo que seu pai morreu e que ele próprio é dado como morto.
Agora com o controle do Cristal, Niflheim pretende controlar toda Eos. Resta ao jovem príncipe contar com a ajuda de seus amigos para lutar contra todo um império em um mundo assolado pela força maligna de um inimigo imortal e restabelecer o equilíbrio recuperando seu lugar de direito. O trono do Reino de Lucis.
Após um pequeno probleminha com o carro, o grupo é obrigado a empurrá-lo até Hammerhead onde conhecem a sensual Cindy Aurum, neta de ninguém mais ninguém menos do famoso Cid, que acaba se tornando uma grande aliada do grupo.
A Aventura Começa
A história de Final Fantasy XV gira em torno do tumulto que assola o reino, mas a construção da relação entre os personagens em volta do príncipe Noctis é o que realmente chama a atenção. Essa história é rica e lindamente contada. A história não se detém em determinados momentos por muito tempo, e tudo acontece em um ritmo fervoroso. Algumas grandes cenas emocionais acabam sedo prejudicadas pelo impulso de seguir em frente, mas o jargão político é minimamente mantido, mas o foco está fortemente ligado no desenvolvimento dos personagens.
A história contém muitos momentos emocionantes, mas é contada de forma absolutamente direta. Não existem ramificações. A narrativa segue em ritmo intenso a partir de determinado momento do jogo. A história acaba sendo um passeio divertido e emocional. A amizade entre Noctis e seus amigos é muito bem explorada e a relação com outros personagens importantes, apesar de não estremecer a sólida narrativa, também foi muito bem explorada. Muitos personagens que aparecem durante algumas missões, remetem a personagens icônicos da franquia. Um presente aos fãs.
Outro ponto que é alvo de críticas de muitos sites é o carisma dos personagens. Final Fantasy se tornou uma franquia conhecida, também por trazer personagens extremamente carismáticos e bem construídos. Em Final Fantasy XV, os personagens principais juntos são capazes de proporcionar diálogos sensacionais, E esse é o ponto. A relação entre eles é muito bem construída durante o jogo. Prompto é alto e cheio de piadas ruins, mas tem um grande coração. Ignis é a voz da razão. Sempre atento a tudo que acontece com o grupo. Gladiolus é calmo e reservado, mas acaba sendo o brutamonte perfeito. Já Noctis é um personagem que tem uma personalidade infantil que vai amadurecendo ao longo do processo, é um grande líder, e um personagem interessante, conflituoso, dividido entre seus deveres para o reino e o desejo de uma vida diferente.
Os personagens são fortalecidos por seus interesses, que são brilhantemente costurados na história e na jogabilidade. Prompto é um fotógrafo, e é responsável por registrar toda a aventura. Sempre que o grupo de amigos descansa a noite, o jogador pode ver todas as fotos que ele tirou, e salvá-las. Ignis é um apaixonado pela arte da culinária. Sempre que ele vê alguém comendo um novo prato, ou descobre um novo ingrediente, ele anota no seu livro de receitas, seus pratos podem beneficiar o grupo com diferentes e significativos (embora temporários) atributos. Gladiolus é forte e é o responsável pela exploração. A cada fim de batalha, ele obtém itens importantes. Noctis tem a habilidade de pescar e faz disso uma verdadeira arte. É preciso ter os materiais certos e um pouco de paciência para conseguir fisgar peixes cada vez maiores. A soma de todas essas habilidades é muito bem trabalhada no jogo e concede ao grupo atributos importantes para ajudar na jornada.
Regalia
O carro do grupo, o Regalia, pode ser considerado um personagem. Embora a maioria do jogo ocorra nas estradas, o carro não pode ser controlado em uma maneira tradicional. A velocidade máxima é controlada assim como seus movimentos básicos, como virar ou mudar de faixa, que são predeterminados. A sensação é que o carro está em preso nos trilhos. É melhor deixar Ignis pegar o volante, quando a viagem rápida não estiver disponível. Algumas viagens podem levar mais de 10 minutos. Durante estes passeios dolorosamente longos, você pode observar Gladiolus ler um livro no banco traseiro, quase dizendo ao jogador para fazer algo mais do que prestar atenção ao jogo. Os mesmos caminhos são tomados várias vezes. Algo digno de nota é o excelente fanservice que a Square fez questão de disponibilizar. No rádio do carro é possível ouvir boa parte da trilha sonora de vários jogos da franquia. Você pode aumentar a coleção adquirindo mais músicas nos vendedores espalhados pelo mapa. Viajar no Regalia ouvindo a trilha de Final Fantasy VII deixa qualquer trajeto especial.
Além de ser todo personalizável, o Regalia se transforma eventualmente em um veículo voador mais útil, mas não antes do jogo ser terminado. Existem tesouros a serem encontrados fora das estradas, mas você não vai encontrar muitas coisas para fazer ao longo do trajeto. Mesmo os monstros são um pouco escassos em certas regiões.
Contudo, o mundo do jogo não é desperdiçado. A abundância de missões secundárias conduz o jogador onde é preciso ir, e a maioria dessas missões são agradáveis. Apesar de um bom número delas ser uma variedade tipo “pega uma coisa e leva pra algum lugar”, a Square Enix faz um bom trabalho fazendo essas missões valerem o seu tempo. Eu sempre senti como se estivesse encontrando algo novo, desbloqueando novas habilidades, ou tropeçando em cima de um segredo que tinha sido enterrado por séculos. O jogo tem muitas sidequests e missões de caça, e pode ser uma experiência fascinante se o jogador estiver disposto a encarar o desafio de explorar cada canto do mapa. As missões de caça são particularmente impressionantes para este tipo de jogo e algumas outras missões vão levar o jogador a masmorras desafiadoras e batalhas contra chefes enormes.
Sistema de Combate
O sistema de combate é bem trabalhado, oferecendo uma grande variedade de estratégias em equipe, baseadas na necessidade de ser rápido e habilidoso. Embora o combate se apresente mais como um jogo de ação na veia de Devil May Cry ou God of War, a base do RPG convencional foi mantida, e acaba por ser uma excelente experiência híbrida. A simplicidade dos menus durante os combates também chama a atenção. Um menu lateral de fácil acesso aparece com consumíveis disponíveis ao segurar RT. As armas de Noctis são muito variadas em funcionalidade e poder, mas os melhores ataques são os ataques de link que Noctis coordena com as habilidades de seus amigos igualmente de acesso fácil em um menu acessado segurando RB. A câmera às vezes se torna um incômodo, assim como os objetos que abrangem a ação. A maioria das batalhas é maravilhosamente equilibrada e desafiadora. Este é um daqueles jogos em que você usa a estratégia de evadir tanto quanto a de atacar.
As batalhas são principalmente voltadas ao jogo de armas. A magia é relegada para o papel de itens descartáveis em vez de habilidades, o que significa que você não vai usá-las muito, pois elas têm baixo fornecimento, já que é preciso coletar elementos para serem criadas. Apesar de não ter um sistema de magias tão bem elaborado quanto alguns jogos anteriores da franquia, ainda assim é possível criar magias excepcionalmente fortes. Não espere muitas invocações durante as batalhas. A maioria está ligada a sequências da história ou a condições específicas. A invocação segue o padrão Final Fantasy com aparições gigantescas e altos níveis de destruição. Nas condições adequadas, a opção de invocação aparece e basta segurar LT por alguns instantes que a destruição em massa começa.
Jogabilidade
A sensação agradável de exploração de um mundo aberto acaba cedendo espaço a partir do terço final do jogo transformando a experiência em algo mais linear. Eu gostei de uma boa porção do conteúdo que se desdobra nesses capítulos, mas a tentativa de Final Fantasy XV de ter um componente furtivo é desajeitada e frustrante, e infelizmente é a espinha dorsal do capítulo mais longo do jogo. Eu gostei a princípio da tentativa da Square de mudar a ação e tentar sincronizar isso com o desenvolvimento da história, mas o resultado é a sensação de que duas coisas foram esmagadas juntas – a experiência do mundo aberto e o ato que se segue. Isso não é uma coisa totalmente ruim, mas foi uma mudança drasticamente inesperada.
Tudo o que o jogador faz é canalizado através de um incrível sistema de nivelamento, onde pontos de habilidade são trocados por atualizações significativas para Noctis e seus amigos. Desde desbloquear novas técnicas poderosas para assistências menores, como pontos de atributo (AP) adquiridos como recompensa por dirigir ou ganhar corridas de chocobos. Este não é um jogo de coleta de armas e armaduras. As vestimentas, por exemplo, tem apenas o objetivo estético. A maioria das melhorias no poder vem de aprimoramentos de habilidades ou upgrades. O que fez com que ao final, mesmo no nível 45, eu realmente tivesse uma equipe bastante eficiente.
Gráficos e Trilha Sonora
Os gráficos estão belíssimos fazendo com que Eos pareça mesmo um organismo vivo. O mundo em Final Fantasy XV possui muitos lugares lindos e sua fauna e flora são extremamente ricas em detalhes e efeitos. Quanto à trilha sonora, as composições deixaram um pouco a dever e não tem como deixar de comparar com trilhas realmente inesquecíveis como as de Final Fantasy VII entre tantas outras da franquia.
Veredito
Final Fantasy XV é diferente de qualquer RPG ou experiência de mundo aberto. Ele se esforça em encontrar seu próprio estilo, mas algumas coisas realmente não funcionaram tão bem assim. O que não chega a atrapalhar a experiência. O jogo tem vários momentos épicos e cheios de emoção. Mesmo com uma câmera que muitas vezes atrapalha um pouco, o game é o melhor Final Fantasy em uma década. O novo sistema de combate é mais orientado para a ação, mas ainda é surpreendentemente tático, enquanto o novo foco na exploração do mundo aberto traz o jogo e seu mundo à vida. A Square trabalhou duro para fazer desse game um Final Fantasy para quem está chegando agora a franquia e mostrou um carinho muito especial para os fãs de longa data. Final Fantasy XV provou que apesar de alguns erros, consegue manter o altíssimo nível da franquia.
Final Fantasy XV está disponível na Live nas versões Edição Digital Premium e Edição Standard
Prós
- História
- Sistema de combate intenso
- Gráficos espetaculares
- Mundo imersivo
- Desafio
Contras
- Câmera confusa que as vezes atrapalha nos combates
- Experiência de mundo aberto comprometida no terço final do game
- Viagens longas e sem muita ação
- Sistema de invocações